Marinho diz que Moraes à frente de inquéritos é ‘intolerável’
O líder da oposição no Senado acrescentou: “Há um claro contorcionismo jurídico para coibir a oposição".
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), deu início à coletiva de imprensa da oposição na Casa Alta, ao final da tarde, desta quinta-feira (8), dizendo que é inaceitável a condução do ministro Alexandre de Moraes à frente de inquéritos que envolvem a elucidação do 8 de janeiro. A coletiva foi convocada para marcar posição diante de mais um avanço do judiciário sobre a alta cúpula do Partido Liberal, incluindo busca e apreensão contra o presidente do partido, Valdemar Costa Neto.
Marinho voltou a falar na violação do princípio da imparcialidade, uma vez que o Moraes se declara vítima de suposto intento golpista, que incluía o plano de matá-lo. “Qualquer estudante de direito sabe que quem é vítima não tem imparcialidade para estar a frente de um inquérito. Há uma espécie de método e isso é intolerável porque isso fragiliza uma democracia”, analisou.
Sobre o foco do STF em cima do PL, o senador refletiu que o partido ‘é o maior da oposição’ e peticionou questionamento sobre ‘situação da justiça eleitoral’, reforçando ainda que o direito de peticionar está na Constituição. Marinho lembrou que o PAD aberto contra o partido foi derivado de um inquérito aberto em 2020 “para colocar uma tese de que a milícias digitais, mais o partido liberal” atentaram contra o Estado brasileiro.
O líder acrescentou: “Há um claro contorcionismo jurídico para coibir a oposição brasileira. Estamos extremamente preocupados e queremos que a Constituição seja cumprida. Por coincidência, o senador Humberto Costa, do PT , ingressa hoje com ação junto à PGR, pedido o cancelamento do registro do Partido Liberal. Então as peças parece que se encontram”.
Presente durante a coletiva, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) acrescentou, diante de perguntas sobre suposta minuta golpista: “O que nós podemos afirmar é que o presidente Bolsonaro não autorizou golpe nenhum e nenhum golpe houve”.
O ex-presidente da República, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), foi perguntado sobre eventual intenção do governo Bolsonaro em promover um golpe de Estado, com orquestração que teria o general Augusto Heleno como um dos principais participantes. “Conheço o general Heleno. Foi meu comandante. E pelo caráter dele, não compactuaria [com o plano], enfatizou.
O senador Magno Malta (PL-ES) disse que há um ‘contorcionismo de narrativas’ e uma ‘cortinona de fumaça’ para tirar o foco da ‘devolução dos bilhões roubados’ , de acordo com a Operação Lava jato e “que estão sendo perdoados”.