Lindbergh alfineta Haddad: déficit zero não foi acerto
“Se a economia desacelerar, essa turma [Congresso] vai querer engolir o governo”, disse o deputado.
Segue a oposição do deputado Lindbergh Farias (PT) ao comando de Fernando Haddad sobre o ministério da Fazenda. “O Governo teve muitos acertos na área econômica, mas o déficit zero não é um deles”, criticou o deputado.
E completou: “Em 2023, as despesas cresceram 9% e estimularam a economia. Em 2024 vamos ter a meta de déficit primário zero que vai travar o orçamento, congelando as despesas, que na melhor das hipóteses, só vai poder crescer 0,6%”.
Segundo o petista, todas as principais economias do mundo estão em déficit e é necessário levar esse cenário em consideração. Para ele, “seria um erro fazer mudanças bruscas poque isso poderia levar a recessão e vitória de governos populistas de direita”.
O texto publicado na rede social X ainda defende que flexibilizar a meta relativa ao déficit faz parte da luta pela democracia. “O quadro político não é simples, temos uma extrema direita forte, a democracia ainda precisa ser consolidada e temos um Congresso que atua como se já estivéssemos no semipresidencialismo retirando atribuições e boa parte do orçamento do controle do Executivo”, ponderou.
E arrematou: “Se a economia desacelerar, essa turma vai querer engolir o governo”.
Em abril do ano passado, o petista comparou a proposta de arcabouço fiscal defendida pelo ministro Haddad à tentativa de um pacto demoníaco.
“Eu me lembro do ‘Grande Sertão: Veredas’, em que Riobaldo tenta vender a alma ao diabo e o diabo nem responde. É mais ou menos o que está acontecendo com o arcabouço”, declarou.