CPMI governista não é tribunal em busca da verdade, diz Ives Gandra
Jurista responde sobre insinuação de que sua obra é referência bibliográfica para suposto golpe: "a ignorância é a mãe da insensatez".
O renomado jurista Ives Gandra Martins, citado no relatório apresentado à CPMI do 8 de janeiro pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou ao Diário do Poder que a Comissão Parlamentar não examinou a falha do Governo Federal “em proteger suas instalações, visto que tinha desde o dia 06/01 informações da movimentação”.
E completou: “Pois de base governista, o resultado não terá maior expressão como um Tribunal Legislativo em busca da verdade. É de se lembrar que o governo de São Paulo teve as mesmas informações [sobre o risco de depredações] e reforçou o policiamento onde havia aglomeração”.
O professor Gandra Martins respondeu sobre oitivas que, ao longo da CPMI, o citaram como um dos mentores intelectuais da famigerada ‘minuta golpista’ alegada por parlamentares de esquerda e reclamada no corpo do relatório assinado pela relatora.
“Todos os que me citaram, não leram o que eu escrevi desde 1997 nos comentários à Constituição (volume V – Ed. Saraiva), nos sucessivos artigos em que dizia que o risco de golpe era 0x0, nas audiências publicas no Congresso Nacional, durante 2022, em artigos até mesmo após a eleição de Lula em novembro daquele ano. Por outro lado, no meu instagram reiteirei, durante 2022, que o risco era nenhum. A ignorância é mãe de muita insensatez”.
As passagens detalhadas por Gandra no depoimento em tela são exaltações à democracia. “Não haveria jamais oportunidade de golpe no Brasil. Porque as forças armadas, escravas da Constituição, jamais fariam”, publicou em suas redes sociais.