Capital de giro

Lojistas apoiam pacote do governo para redução de repasse de crédito

Para a Câmara de Dirigentes Logistas medida impulsiona comércio

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O governo anunciou nesta quinta-feira, 14, um pacote de medidas microeconômicas que muito agradou os lojistas. A redução do prazo de repasse de recursos dos bancos e das operadoras de cartão de crédito é uma delas. Com isso, o período que atualmente está em 30 dias, seria diminuído de forma gradual, retornando o giro de dinheiro mais rápido para o comércio.

O Varejo já reivindicava essa medida pois considera os prazos extensos. “Nós empresários precisamos ter capital de giro na empresa para suportar todas as contas por 30 dias. Isso porque uma compra realizada hoje só virá para a nossa conta depois de um mês. É um prazo muito longo para o comércio, sobretudo num período em que a economia está precisando avançar e se recuperar”, explica o presidente da CDL-DF, Álvaro Silveira Jr. 

Ele comenta também que com o adiantamento do repasse de crédito, os lojistas terão mais fluxo em caixa para investir em melhorias nas lojas, renovar o estoque, antecipar compra de coleções de produtos – tudo isso porque haverá mais dinheiro em conta. “Além disso, é possível que as empresas diversifiquem os fornecedores. É muito comum que uma loja prefira comprar de um fornecedor que jogue a nota para 30 dias”, fala Álvaro Jr. 

O que desagrada o Varejo

Em um ponto, os lojistas não concordam, é sobre o aumento da taxa cobrada pelas operadoras de cartão de crédito para reduzir o repasse do valor “são as taxas de juros mais altas do mundo”, por isso, o presidente da CDL-DF realça que “é preciso haver uma boa negociação para que a redução do prazo seja boa para o Varejo e uma regulamentação para que não seja prejudicial para os empresários. Além disso, é importante que seja colocado em prática ainda neste ano”, destaca Álvaro Jr. 

Cadastro positivo em cena

Atualmente, o Cadastro Positivo, que pontua os bons pagadores, é facultativo. Com esse pacote de medidas anunciado pelo governo, os consumidores entrariam nesta lista de forma automática, deixando de ser facultativa. “Com isso, as lojas podem facilitar o crédito ao cliente, acessando o cadastro de compras e pagamentos da pessoa, outra medida que facilita a venda no comércio”, explica o presidente da CDL-DF. 

Cheque, dinheiro ou cartão

Neste pacote, o governo vai autorizar a diferenciação de preços pelos meios de pagamento, cartão de crédito, cheque ou dinheiro. Os empresários poderão oferecer desconto para quem quiser pagar à vista, em dinheiro, e o preço pode ser maior para aqueles que preferirem pagar no cartão de crédito ou no cheque. “Na prática, o que ocorre hoje é um preço padronizado. Quem paga em dinheiro ou cartão de crédito, não tem diferenciação. Mas, no nosso caixa é bastante diferente. O pagamento em dinheiro entra no dia e no cartão de crédito demora 30 dias”, mostra Álvaro Jr. 

Saque do FGTS e fim da multa por demissão sem justa causa

O governo também está estudando liberar o saque do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para quitar dívidas com bancos. Por enquanto, a medida mais imediata com relação ao Fundo é ampliar a remuneração ao trabalhador e reduzir a multa de 10% em demissões – que é paga pelo empregador.

Atualmente, os empresários pagam multa de 10% em cima de demissões sem justa causa. O objetivo é reduzir em até um ponto percentual ao ano até que seja eliminada. 

BNDES: 5,4 mi em crédito para o Varejo

No pacote está previsto ainda que o BNDES reduza as taxas de juros para empréstimos às micro e pequenas empresas e libere R$5,4 milhões em crédito para o Varejo.

Micro e pequenas empresas podem renegociar dívidas

Neste ínterim, as MPEs também poderão renegociar dívidas em atraso de forma indireta, com operações até R$20 milhões, com base no custo da TJLP – taxa de juros de longo prazo, a mais baixa do mercado. 

O faturamento limite para as micro e pequenas empresas subiria de R$90 milhões para R$300 milhões. Outro ponto que deixa o comércio animado.

Programa microcrédito com R$200 mil ao ano

O governo quer ampliar o programa de microcrédito produtivo de R$120 mil para R$200 mil ao ano. “Nesta medida, os pequenos negócios levam vantagem, até mesmo os autônomos pois o governo irá oferecer crédito, permitindo empréstimo a quem antes não teria essa oferta”, comenta o presidente da CDL-DF, Álvaro Jr. 

Construção civil deve voltar a crescer

A construção civil, que se viu abatida nestes últimos três anos, será beneficiada com o aumento da oferta de crédito de longo prazo. A regulamentação da LIG – Letra Imobiliária Garantida vai captar recursos para concessão crédito para o setor. 

Produtos importados em circulação

A tão sonhada facilidade para entrada e saída de bens e serviços no pais, importação e exportação, terá melhorias. O governo espera reduzir em 40% o tempo para procedimentos no Brasil, criando o Operador Econômico Autorizado.

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