Lixo coberto

Lixão da Estrutural recebe camada de terra e de entulho

Segundo o GDF, cobertura diminui chorume e espanta animais

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Após o fechamento do lixão da Estrutural no último sábado (20), o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) começou o processo de cobertura da área. O trabalho é divido em três etapas: lixo doméstico é espalhado, depois compactado, e por último coberto com entulho e terra.

De acordo com o diretor-técnico do SLU, Paulo Celso dos Reis, esse trabalho já era realizado antes do fechamento do lixão, a cada 15 dias, para dar espaço para os catadores. “Agora, podemos entrar em todas as áreas, fazer a compactação do lixo e cobrir os resíduos domiciliares.”

A cobertura com entulho de obra e terra tem cerca de 50 centímetros de espessura. Segundo o governo, o objetivo é diminuir a quantidade de chorume e espantar animais, com urubus. Além disso, a medida ajuda a concentrar a maioria dos gases nos 300 dutos verticais instalados no lixão.

O trabalho interrompe o descarte de entulhos da construção civil, que ainda serão destinados ao lixão mesmo com o seu fechamento. Enquanto isso, esse material ficam temporariamente nos distritos rodoviários do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF).

Fechamento do lixão

As atividades no aterro controlado do Jóquei, mais conhecido como lixão da Estrutural, foram encerradas após 60 anos de seu começo. O depósito a céu aberto fica em uma área de 201 hectares, equivalente a cerca de 280 campos de futebol, e é o segundo maior do mundo.

Somente no ano de 2016, o lixão da Estrutural recebeu mais 830 mil toneladas de resíduos domiciliares. O ponto mais alto da montanha de lixo tem 55 metros de altura – pouco menos que o mirante da Torre de TV, que tem 75 metros. Segundo o SLU, desde a década de 1960, foram aterradas cerca de 40 milhões de toneladas de lixo no local.

Com o fechamento, os resíduos passam a ser depositados, após triagem, no Aterro Sanitário de Brasília. Os catadores, que tiravam o sustento do lixão, agora ficam sem trabalho. Apenas parte deles conseguiu ser remanejado para trabalhar nos galpões de triagem da coleta seletiva, que receberão uma compensação financeira temporária de R$ 360,75, paga pelo GDF. Quem não foi selecionado terá que procurar outra maneira de ganhar seu sustento.

Mesmo com o fim das atividades no local, os problemas não vão embora; o governo terá que continuar monitorando o local e os riscos ambientais continuam. Serão décadas até que a tonelada de resíduos acumulados pare de agredir o meio ambiente.

O chorume – líquido resultado do processo de decomposição das matérias orgânicas – precisará de monitoramento para que não contamine córregos da região, que desaguam no Lago Paranoá. Já para o gás metano, não há solução. É preciso apenas ter controle para que o fluido não cause explosões.

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