Guerra política em Alagoas

Lira quer unir oposição para eleger Davi ao Senado, contra Renan Filho

Presidente da Câmara busca apoio para eleger Davi Davino Filho, contra tentativa dos Calheiros de terem dois dos três senadores de Alagoas

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Deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados - Foto: redes sociais.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), trava em Alagoas uma guerra política bem maior que a necessária para garantir sua própria reeleição e a do presidente da República Jair Bolsonaro (PL). O deputado atua estrategicamente para interromper a expansão do poder político da família Calheiros, que tenta eleger o ex-governador Renan Filho (MDB) como o segundo senador do clã por Alagoas. Para vencer, Lira articula a união da oposição a Renan para fortalecer seu candidato a senador e deputado estadual Davi Davino Filho (PP-AL).

Ao propor que Davi Filho seja o candidato único da oposição, Lira busca repetir o feito do senador e seu candidato a governador, Rodrigo Cunha (União Brasil-AL), eleito em 2018 com 10,31 pontos a mais que o percentual de votos do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

“Davi encarna tudo aquilo que o povo alagoano mais deseja: uma liderança verdadeiramente sensível às questões sociais, com a energia e a coragem da juventude para enfrentar os poderosos que querem se apropriar de Alagoas. Davi é esperança de mudança de verdade”, argumentou Arthur Lira, ao Diário do Poder.

A estratégia do presidente da Câmara foi acenar ao senador do PTB Fernando Collor e ao ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD) para que, em suas candidaturas a governador, não lancem candidatos a senador em suas chapas, nas convenções marcadas para esta sexta-feira (5). Lira destaca que a união é necessária para enfrentar a união dos Calheiros ao “poder financeiro público” do Legislativo de Alagoas, representado pelo ex-deputado e governador-tampão Paulo Dantas (MDB), candidato à reeleição.

“Essa turma daí, a gente tem que interromper esse ciclo, né? Não existe. Os caras [Calheiros] se juntaram, agora, com o poder financeiro público da Assembleia [Legislativa], que é uma coisa impressionante no estado de Alagoas. Nosso candidato a governador é o Rodrigo, tem o Rui, que está sofrendo um assédio danado para desistir, e tem o Collor. Estou querendo construir, uma candidatura única para o Senado, que não sou eu, é o Davi Davino Filho. Que os três candidatos [de oposição] a governador tenham uma candidatura única, que ajuda a fazer o confronto com o Renan Filho. Nessa situação, você precisa fazer gestos políticos”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, ao Diário do Poder.

O principal exemplo de gesto político feito por Lira na direção desta unificação da oposição para derrotar Renan Filho foi não ter “colocado seu peso político” nem travado uma batalha para impedir que o PL formalizasse sua aliança o PTB e indicasse o vereador de Maceió Leonardo Dias como vice de Collor.

Candidato à reeleição e entusiasta no apoio a Rodrigo Cunha como candidato ao governo que classifica como o mais qualificado de todos, Arthur Lira afirma que tem atuado com inteligência, no xadrez político, pensando mais à frente, dando oportunidade para que cada grupo de oposição se posicione com o que pensa, para deixar aberta a possibilidade de unir forças em um eventual 2º turno contra Paulo Dantas, que tem liderado pesquisas registradas na Justiça Eleitoral.

O Diário do Poder fez contato com as assessorias dos pré-candidatos Rui Palmeira e Fernando Collor, mas não obteve a confirmação de que podem não lançar senadores para apoiar Davi Davino Filho ao Senado. A resposta foi de que tudo será definido e exposto amanhã, nas convenções.

 

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