5 de abril

PF intima Bolsonaro a depor sobre joias da Arábia Saudita

Depoimento do ex-presidente e de seu antigo ajudante de ordens, Mauro Cid, foi marcado para 5 de abril, às 14h30

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Jair Bolsonaro e o principe Mohammed bin Salman, em 2019, na Arária Saudita. Foto: Jose Dias/PR

A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a depor em inquérito que apura as joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita e trazidas ao Brasil, durante viagens oficiais no exterior e que ficaram no acervo pessoal do ex-mandatário. O depoimento foi marcado para 5 de abril, às 14h30.

Foram recebidos de presente do príncipe Mohammed bin Salman Al Saud três conjuntos de joias da Arábia Saudita. Os itens valiosos entraram no Brasil em outubro de 2021, com a comitiva do Ministério de Minas e Energia, após o ex-ministro Bento Albuquerque participar de um evento do governo saudita.

O primeiro conjunto de joias com diamantes, avaliados em R$ 16,5 milhões, foi apreendido pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos.

Na última sexta-feira, 24, a defesa do ex-chefe do Executivo entregou um dos estojos recebidos pela comitiva, após o Tribunal de Contas da União (TCU) decidir que apenas itens de pequeno valor e de caráter pessoal devem ser incorporados ao acervo privado do presidente da República. Os itens, da marca suíça de diamantes Chopard e avaliados em R$ 500 mil, incluem relógio, caneta, anel, abotoaduras e masbaha (um tipo de rosário).

Na terça-feira, 28, foi noticiada a existência de um terceiro pacote de joias presenteados pelo governo saudita. Este conjunto foi entregue à comitiva de Bolsonaro durante uma viagem ao Catar e a Arábia Saudita em outubro de 2019 e está em uma fazenda do ex-piloto Nelson Piquet em Brasília.

A caixa com os presentes teria sido recebida pelo próprio Jair Bolsonaro, após almoço com o rei saudita Salman Bin Abdulaziz Al Saud.

O terceiro estojo contém um relógio, uma caneta, abotoaduras, pingentes e anel.

Segundo a defesa de Bolsonaro, “os bens foram devidamente registrados, catalogados e incluídos no acervo da Presidência da República”.

“Todo o acervo de presentes recebidos pelo ex-presidente, em função do relevante cargo que exercia, será submetido a auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), assim como ocorreu com os mandatários anteriores”, afirmou a defesa.

A PF também vai colher o depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, e Marcelo Camara, que faz a segurança do político.

O ex-presidente desembarcou no aeroporto de Brasília nesta quinta-feira, 30, após três meses nos Estados Unidos.

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que o depoimento do ex-presidente “será uma oportunidade para ele prestar todas as informações necessárias. É um ato processual corriqueiro, ocasião em que ele esclarecerá que agiu sempre de acordo com a legislação que regula a oferta de presentes de governos estrangeiros”

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