Flávio afirma que não há previsão de retorno de Bolsonaro
'Pode ser amanhã, daqui a seis meses ou nunca', diz filho do ex-presidente
O senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou, neste sábado, 28, que não há previsão para o retorno de seu pai, Jair Bolsonaro (PL), ao Brasil.
“Não tem previsão. Pode ser amanhã, pode ser daqui uns seis meses, pode não voltar nunca. Não sei”, afirmou.
O ex-presidente está nos Estados Unidos desde o dia 3o de dezembro, após um longo período de reclusão no Palácio da Alvorada em razão da derrota nas eleições presidenciais – e véspera de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir o cargo da Presidência da República.
Hospedado na casa do lutador José Aldo, em Orlando, Bolsonaro entrou nos EUA utilizando o passaporte diplomático garantido pelo cargo da Presidência, que vence na terça-feira, 31 de janeiro.
O documento expirará porque, de acordo com as regras vigentes nos EUA, portadores de vistos diplomáticos que deixem o cargo devem submeter pedidos de permanência em até 30 dias. Dessa forma, como Bolsonaro perdeu o mandato no dia 1º de janeiro, ele deve preencher um formulário e enviá-lo à Divisão Diplomática do Governo até o dia 31 deste mês.
O filho de Bolsonaro afirmou que não sabe se o visto do ex-presidente foi convertido para o visto de turista.
“Não sei informar se houve a renovação, mas a conversão tem que haver. Não sei se já houve ou se ainda vai ter”, declarou Flávio.
Flávio disse ainda que não há nenhum temor acerca do retorno de Bolsonaro ao Brasil e possíveis responsabilizações judiciais. Bolsonaro é alvo de uma série de inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive acerca dos constantes questionamentos sobre a confiabilidade do sistema eleitoral.
“Não tem temor nenhum. Ele não tem nenhuma responsabilidade sobre o que aconteceu no Brasil. Se ele estivesse sentado na cadeira de presidente poderia falar que ele facilitou alguma coisa…”, disse.
“Os advogados estão olhando tecnicamente, o retorno que tem é que não há nada juridicamente que implique o presidente Bolsonaro. Agora, o poder judiciário não é lugar de fazer julgamento político. Acho que ele está com muita tranquilidade porque sabe que não tem como, ainda que forcem muito uma barra, não tem como vincular Bolsonaro a nenhum ato criminoso”, continuou.
Flávio participou neste sábado de evento em que o PP e o Republicanos oficializaram o apoio à candidatura do ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado.