Ex-sócio de Cerveró, condenado na Lava Jato, vai chefiar jurídico da Petrobras
Marcelo de Oliveira Mello já trabalhou na estatal e foi sócio minoritário de uma offshore do ex-diretor internacional da petroleira

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, nomeou o advogado Marcelo de Oliveira Mello, ex-sócio de Nestor Cerveró, para liderar o departamento jurídico da estatal.
Cerveró é réu confesso na operação Lava Jato e foi condenado a mais de 27 anos de prisão por corrupção na Petrobras e lavagem de dinheiro recebido como propina, mas, em razão dos acordos de delação premiada, acabou obtendo o benefício de seis anos de prisão domiciliar.
A indicação, que aconteceu na última sexta-feira, 19, causou controvérsia e repercutiu mal dentro da estatal. Ele eram sócios em uma offshore pertencente ao ex-diretor internacional da estatal e réu confesso .
Esse não é o primeiro trabalho de Mello na Petrobras. O advovado trabalhou na estatal entre 1987 e 2004, tendo atuado no departamento jurídico da Braspetro, extinta subsidiária da petroleira, e também na gerência da área jurídica de Assuntos Internacionais da própria Petrobras.
Em 2015, Mello admitiu à Polícia Federal que ajudou Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, a abrir uma filial da empresa Jolmey, usada, segundo as investigações da Lava Jato, para lavagem de dinheiro.
A Petrobras afirma que todos os candidatos a cargos de gestão na empresa devem cumprir os requisitos profissionais, técnicos e de integridade necessários para exercer a função. Sob o comando do novo governo, a estatal alega que os nomes selecionados atendem aos critérios éticos e morais exigidos pela empresa. Segundo o jornal O Globo, a companhia confirmou que o “processo de ingresso está em andamento” e que “possui um robusto sistema de avaliação para ingressos dos seus executivos”.
O ex-juiz da Lava Jato e senador Sergio Moro (União-PR) disse que irá reagir a essa possível contratação. “Essa notícia é tão surpreendente que imaginei, em um primeiro momento, ser fake news. Mas aí lembrei que no Brasil do avesso do governo Lula esse é o novo normal. No Senado, vamos reagir”, escreveu, em seu perfil no Twitter.