Bolsonaro devolve joias e armas presenteadas pela Arábia Saudita

Ex-presidente recebeu presentes através de comitiva oficial da Presidência da República em 2021; acervo pertence, então, ao País

O ex-presidente Jair Bolsonaro devolveu nesta sexta-feira, 24, as joias e armas recebidos da Arábia Saudita, pelo príncipe Mohammed bin Salman Al Saud, em 2021, e que estavam em sua posse pessoal.

O estojo de joias, avaliado em R$ 500 mil, foi entregue pelos advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser, para uma agência da Caixa Econômica Federal, em Brasília, e as armas serão entregues à Polícia Federal (PF), de acordo com orientação do Tribunal de Contas da União (TCU).

O kit de joias contém um conjunto da marca suíça de diamantes Chopard: relógio; caneta; anel; abotoaduras; e um masbaha (um tipo de rosário).

Por unanimidade, os ministros do TCU determinaram anteontem o destino das joias que estavam de posse de Bolsonaro. O presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, sustentou que o ex-presidente não poderia ficar com as joias e disse que, para um presente ser incorporado ao patrimônio privado, deveria ser classificado como item personalíssimo e ser de baixo valor.

A Receita Federal também deve encaminhar para a Caixa as joias R$ 16,5 milhões que foram retidas no Aeroporto de Guarulhos. Neste kit, há: um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes.

O conjunto foi presenteado em 2021 pelo governo da Arábia Saudita, em ocasião que o Brasil foi representado pelo então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, já que Bolsonaro não compareceu.

O ex-ministro de Minas e Energia e a equipe de assessores dele viajaram em voo comercial. Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 26 de outubro de 2021, um dos assessores, que estava com o primeiro estojo, foi impedido de levar esses presentes, já que os valores ultrapassam mil dólares.

Em entrevista à TV Record, exibida nesta quinta-feira, 23, Bolsonaro disse que pagaria, se possível, para ficar com as armas.

“Confesso, com dor no coração, vou entregar as armas, com dor no coração, tá o meu nome lá, eu pagaria o que tenho no meu bolso aqui por aquelas duas armas, mas não vamos criar qualquer polêmica no tocante em si, às armas”, disse.

“O nosso ministro recebeu duas caixas de presente. Uma ficou retida lá na alfândega, a outra foi para presente. Eu só tomei conhecimento disso um ano depois, e a minha esposa tomou conhecimento pela imprensa. Minha esposa não tem nada a ver com isso. A caixa que seria para ela tava na Receita”, declarou.