Kelmann enfrenta trama de vice e atrai apoio de opositores de Rui
Vice-prefeito nega união com Chico Filho pelo nome de Ib Brêda
Já não se pode afirmar que é tranquilo o cenário da disputa pela Presidência da Câmara Municipal de Maceió. A candidatura à reeleição do presidente Kelmann Vieira (PSDB), apesar de ter o apoio prefeito reeleito Rui Palmeira (PSDB), foi ameaçada por uma trama supostamente comandada pelo vice-prefeito Marcelo Palmeira (PP) e pelo ex-presidente Chico Filho (PP) para oferecer o vereador eleito Ib Breda (PR) como opção para a base governista.
A trama teria sido motivada pela mágoa de Marcelo Palmeira pela tentativa frustrada de Kelmann ser vice na chapa reeleita do prefeito tucano. O troco viria na desarticulação da chapa do atual presidente.
Mas assim como ocorreu com a movimentação de apoiadores de Kelmann na pré-campanha de Rui, a articulação não vingou. Depois de pelo menos nove vereadores terem sido procurados com a proposta de eleger Ib Breda em 2017, a informação vazou para Kelmann por colegas que não viram futuro na proposta.
TODOS, MENOS CHICO
Dissidente do PMDB de Renan Filho, o presidente Kelmann atraiu o apoio de oposicionistas de Rui Palmeira para sua candidatura. Mas tem garantido que a Mesa deve ser formada apenas por quem apoiou o tucano, com a exceção de Chico Filho, com quem sua rixa é antiga e camuflada por uma relação de aparências.
Enquanto o fogo amigo o ameaça, Kelmann Vieira recebeu a solidariedade e o compromisso de voto de adversários de Rui Palmeira, como Antônio Hollanda (PMDB), Sílvio Camelo (PV) e Silvânio Barbosa (PSB).
Mas pelo menos um deles – justamente o mais duro opositor do governo tucano, Silvânio Barbosa – ainda sinaliza que oposicionistas mereceriam espaço na nova Mesa. “Eu estou a princípio satisfeito com o trabalho da atual Mesa Diretora, voto no Kelmann e temos bons nomes da Legislatura atual que podem ser eleitos para a Mesa. Até porque Mesa não é bancada. A Casa Legislativa está acima de quaisquer outros interesses”, disse o vereador.
CHATEAÇÃO E PANOS QUENTES
Um dos vereadores questionados sobre a confusão deu outra versão ao Diário do Poder, e sugeriu que Kelmann Vieira teria se precipitado e procurado o apoio de opositores de Rui, após Ib Breda manifestar interesse em participar “de forma efetiva” nas eleições para o próximo biênio.
“Isso deixou Kelmann chateado, recorrendo aos opositores. Marcharemos juntos do nosso grupo, grupo que deu sustentação ao Rui. Junto com Marcelo Palmeira e Maurício Quintella”, disse o vereador, citando o vice e o ministro dos Transportes e presidente do PR.
Todos os envolvidos diretamente na confusão negam ter havido o embate nos bastidores. Mas a realidade de tensão já contamina a campanha. Kelmann não responde sobre o assunto e Chico Filho e Marcelo Palmeira são categóricos ao negar a conjuntura de choque interno na base governista.
Todos alegam que vivem em paz e ressaltam a “boa relação” que tiveram durante a última campanha. Mas a realidade é outra nos bastidores.
O Diário do Poder não conseguiu falar com Ib Brêda.