Gratuidade garantida

JHC cria Passe Livre para estudantes de Maceió, seis anos após Renan Filho iludir alunos

Gratuidade beneficia alunos de todos níveis de ensino, de instituições públicas e privadas

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Prefeito JHC aplica redução tarifária no transporte público de Maceió. Foto: Edvan Ferreira/Secom Maceió/Arquivo

Há cerca de seis anos, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), iludiu estudantes quando desistiu de sancionar uma lei que pediu para o Legislativo aprovar para instituir o passe livre no transporte público da capital alagoana. Nesta terça-feira (30) o prefeito João Henrique Caldas, o “JHC” (PSB), anunciou a sonhada implantação da gratuidade para estudantes de Maceió que estiverem devidamente matriculados no ensino fundamental, médio ou superior de instituições públicas ou privadas.

O prefeito destaca que a medida histórica é resultado de sua política de gestão adotada com foco na cidadania, educação e equilíbrio econômico-financeiro. E segundo sua assessoria, a medida não depende de aprovação da Câmara de Maceió.

“Estamos vivendo um momento muito difícil e qualquer medida que venha para aliviar o bolso de quem mais precisa é muito significativa no final do mês e ainda mais quando nós estamos falando do estudante, que muitas vezes precisa das economias da família ou até mesmo tirar dinheiro de onde não tem para poder estudar”, justificou JHC.

Segundo o chefe do Executivo da capital alagoana, a Prefeitura de Maceió tem trabalhado 24 horas, de domingo a domingo, para poder mudar a vida das pessoas. “E foi isso que nós conseguimos após 60 dias de muito trabalho, através de um grupo que formamos, para que a gente pudesse chegar hoje e fazer esse grande anúncio”, declarou o prefeito.

Tarifa reduzida e cobrança por qualidade

JHC aproveitou o anúncio do passe livre para garantir que Maceió tornará definitiva sua decisão de preservar Maceió com o menor valor da passagem do transporte público entre as capitais do Brasil, de R$ 3,35. “Isso é mais dinheiro que sobra no bolso do trabalhador, de quem mais precisa”, ressaltou.

O prefeito informou ainda que cobrará das empresas de transporte público da capital alagoana um plano de metas obrigatórias para melhorar a qualidade do serviço para diminuir o sofrimento dos usuários. “Esse é o trabalho da Prefeitura de Maceió, de domingo a domingo, trazendo iniciativas, medidas efetivas que possam mudar a vida de cada cidadão, de cada maceioense”, conclui JHC.

Líderes estudantis chegaram a celebrar no Palácio República dos Palmares o passe livre que Renan Filho desistiu de criar, em 2015. Foto: Davi Soares/Arquivo

Da ilusão à realidade

Em março de 2015, o governador Renan Filho sustou seu próprio projeto de instituir o passe livre estudantil, em uma busca frustrada de conter a crise criada com estudantes que foram alvos de bombas da polícia, quando protestavam diante do Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (CEPA) contra a suspensão de contratos suspeitos com empresas do transporte escolar.

À época, Renan Filho teve atendido seu pedido de urgência de aprovação da Lei do Passe Livre pelos deputados estaduais. Em 6 de março de 2015, numa sexta-feira, o governador convocou a imprensa para a sanção da referida lei no Palácio República dos Palmares, mas frustrou uma claque de líderes estudantis que desembarcaram de uma van contratada pelo governo estadual.

Coube ao secretário de Comunicação, Ênio Lins, anunciar o cancelamento do evento pela desistência de Renan Filho de instituir o passe livre em Maceió. O recuo ocorreu depois de a imprensa expor problemas deste tipo de solução, que não contempla as necessidades especiais de pequenos estudantes de séries iniciais, bem como de alunos com deficiência, por exemplo.

Um novo contrato emergencial manteve precarizado por mais alguns anos o transporte de estudantes alagoanos, que chegaram a faltar aula durante a suspensão do transporte. No segundo mandato de Renan Filho, a pasta da Educação renovou sua frota própria e passou a utilizá-la.

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