Caos na Saúde do DF

Gondim entrega a Rollemberg explicações sobre denúncias no Maranhão

Ele admite problemas na saúde do DF e promete resolvê-los

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O novo secretário de Saúde do Distrito Federal, Fábio Gondim, entregou ao governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PS), nesta quarta-feira (29), uma cópia do processo a que responde no Maranhão por supostamente haver incluído dados falsos e omitir dados importantes no Portal de Transparência, quando foi secretário do governo de Roseana Sarney (PMDB).

Ele é investigado pela Polícia Civil daquele Estado, onde foi secretário de Planejamento e Orçamento em 2010 e 2011 e depois secretário de Gestão e Previdência até abril de 2014. Filtros indevidos teriam sido implantados no portal onde somente 40% dos gastos públicos eram divulgados, descumprindo, assim, a Lei de Responsabilidade Fiscal. 

Gondim afirmou – em entrevista ao programa Gente Brasília, da rádio BandNews FM – que ele e todos os demais ex-secretários do governo de Roseana Sarney sofrem perseguição do atual governo, chefiado pelo ex-juiz federal Flávio Dino (PCdoB). Ele garante que as acusações são infundadas e disse que tem um trabalho de pioneirismo na transparência da gestão pública.

“Nunca fui acusado de nada. A partir da sindicância chegaram à conclusão de que eu era culpado. Entrei em contato com a secretaria e pedi vista do processo. Não tem cabimento. Sou um dos precursores da transparência”, disse. Ele considera a denúncia de cunho político.

– Acho que todos os secretários do governo anterior estão sendo vítimas desse tipo de processo absolutamente político e com o objetivo de enfraquecer um grupo político. Hoje entreguei nas mãos do governador do DF o processo na íntegra com uma defesa que anexei. Pedi que seja examinado de cabo a rabo. Não tem dúvida de que não tem cabimento. Nunca omiti nada, quanto menos inseri dados falsos.

Situação crítica

Não é mais novidade que a situação da saúde do DF está crítica. Faltam remédios, equipamentos, leitos, médicos, entre outros. No último dia 20, o GDF prorrogou a situação de emergência por mais 180 dias. O primeiro decreto havia sido publicado em 19 de janeiro. A reclamação mais recente é a falta de medicamentos oncológicos para pacientes com câncer. Para completar a crise, no último dia 22 João Batista de Sousa decidiu deixar a Secretaria de Saúde. O novo chefe da pasta, Fábio Gondim, assume o cargo com sentimento de esperança.

O secretário de saúde, que foi empossado na semana passada, culpou o governo anterior, de Agnelo Queiroz (PT), por todos os males da área, incluindo o desabastecimento de medicamentos nas farmácias públicas e nas unidades de saúde. Ex-integrantes do governo de Agnelo se consideram perseguidos pelo atual governo, assim como o próprio Gondim culpa o atual governo maranhense pelas acusações ás quais responde.

Na entrevista ao programa, Gondim falou sobre os problemas encontrados na pasta. Sobre a falta de medicamentos oncológicos, ele afirmou que laboratórios estão se recusando a vendê-los por falta de pagamentos pela gestão anterior. “Acionei o Ministério Público para que obrigue a venda. O governo não está conseguindo honrar com despesas anteriores, pois a despesa excedeu”, explicou. Segundo ele, a intenção do governo é pagar pelos medicamentos e, em relação às dívidas, quitá-las com o tempo.

Com relação à ausência de médicos, Gondim disse que é injusto criticá-los sem conhecer as dificuldades. Mas, segundo ele, há uma escala de trabalho que deve ser cumprida. “Tive conhecimento ontem da Controladoria-Geral sobre problemas na folha de ponto. Tudo isso vai ser respondido”, afirmou. O secretário garantiu que o ponto eletrônico, que cobre 86% da rede, continuará funcionando. “Não vou ficar em busca de explicação, vou buscar solução”. Gondim garantiu que fará visitas não programadas a hospitais para verificar se todos estão cumprindo seus plantões.

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