Esperando nova cirurgia, Calheiros atribui formação de tumores a perseguições
Senador diz que foi "instado" a responder por nova denúncia saindo da primeira cirurgia
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) divulgou em suas redes sociais um vídeo, gravado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, sugerindo que a formação dos tumores nele diagnosticados, durante exames de rotina, são consequência das aflições sofridas em razão de denúncias que classificou de “verdadeira tortura”.
Internado desde quarta-feira (9), Calheiros foi submetido para retirada de um nódulo de 1,6cm , segundo ele mesmo descreve no vídeo, mas terá de se submeter a uma segunda retirada de tumor na região dos glúteos.
No total, ele tem quatro tumores “que estão sendo avaliados”.
O senador explica que resolveu postar o vídeo “para transmitir a todos o enorme desgaste de alguém que passa anos e anos padecendo das mais mesquinhas e absurdas perseguições, mesmo quando mais de dois terços das falsas acusações já foram arquivadas por absoluta falta de provas”.
Leia o post do senador e veja o vídeo:
Faço hoje um relato sobre as coisas que tenho enfrentando nos últimos anos. Uma perseguição sem fim. Tenho resistido e reagido. Mas o corpo, uma hora ou outra, responde negativamente a tanta pressão. pic.twitter.com/aNhIybsUkq
— Renan Calheiros (@renancalheiros) September 16, 2020
‘Fui constrangido a depor no ápice da pandemia’
“Mesmo assim, a qualquer momento, podem surgir novos absurdos que vão causando danos à minha saúde física e mental. Ano a ano, mês a mês, é uma verdadeira tortura. Falo do hospital exatamente para deixar este registro histórico dos tempos sombrios que vivemos”, afirmou.
Ele contou, durante o vídeo, que “ontem mesmo” (segunda-feira, 14), “saindo da cirurgia, fui instado a responder pela décima vez a uma denúncia improcedente, nascida de juma delação em que todos os delatores negaram a imputação inicial”.
Ele não explicou a que caso se refere, mas afirma no vídeo que “a acusação, quatro anos depois, não apresenta fatos e nem provas, mas novamente indícios”. E a define como “tentativa inútil de criminalizar doações legais” e relata que foi “constrangido a depor no ápice da pandemia”.
“Fala-se muito em ‘assassinato de reputações'”, diz ele, “essas acusações seriadas, sem provas, materialidade ou fatos equivalem a uma sentença de morte em vida”. E enfatiza: “assassinato mesmo”.
O senador diz que mantém “a duras penas” a sua “a serenidade, a sanidade e o equilíbrio” e ao mesmo tempo faz a sua defesa técnica “dentro do estado democrático de direito que muitas vezes é violentado por alguns agentes públicos, mas de outro lado ninguém controla as reações do próprio corpo, diante de tanta maldade e de tanta perversidade.
‘É como se os inocentes não pudessem ser absolvidos’
Calheiros diz ainda que “o mais cruel e desumano é que esses ataques são antes de tudo táticas de alguém que nos enxerga como alvos”, mas observa que é “um ser humano que assimila essas dores, mas o corpo também se abate”.
Para o senador, “retirar a dimensão humana das pessoas é transformá-las em simples alvos de artilharia, mesmo sem fatos, mesmo sem provas. Isso é tudo, menos buscar Justiça.”
“Mesmo que os fatos sejam mentirosos, mesmo que de maneira branda os responsáveis sejam punidos com ‘censuras’ e ‘advertências’, por mais que isso ocorra, é como se estivéssemos subindo uma ladeira muito íngreme, uma montanha infinita”, define o político.
“A cada fardo retirado, um novo fardo é lançado sobre as minhas costas”, diz ele. “Parece uma condenação inapelável, como se os inocentes não pudessem ser absolvidos, como se o fim estivesse cada vez mais distante do desfecho”, resume.