Outra vacina barrada pela Anvisa, Sputinik V já foi aprovada em 59 países
Ministério da Saúde já negociou compra do imunizante em março, mas a Anvisa atrasa a importação das doses
A vacina russa Sputnik V foi negociada pelo Ministério da Saúde no dia 12 de março e até o momento a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não certificou o Instituto Gamaleya. O imunizante foi aprovado em 59 países, passando pelo crivo, por exemplo, da Agência Europeia de Medicamento.
Outra vacina desprezada pela Anvisa tem sido a indiana Covaxin, que tem sido administrada em larga escala em seu país e vários outros. Somente nesta terça (6), a Índia aplicou 4,3 milhões de doses da Covaxin e da AstraZeneca.
A Anvisa se reuniu com 14 governadores do Nordeste integrantes do consórcio que negocia a aquisição de quase 40 milhões de doses da Sputnik com o governo russo. A importação depende, neste momento, exclusivamente da autorização do órgão sanitário brasileiro.
Para a certificação da empresa fabricante, a Anvisa informou aos membros do consórcio que enviará equipe técnica para inspecionar o Instituto de Pesquisas Gamaleya, que fechou parceria de produção com a farmacêutica brasileira União Química.
Governadores do consórcio entendem como uma burocracia desnecessária a exigência imposta pela Anvisa, tendo em vista que o imunizante já recebeu a aprovação de demais agências reguladoras na Europa, Ásia e América.
“4.195 mortes. Enquanto isso, a Anvisa nos chamou para uma reunião sobre vacinas, que já dura 3 horas, para dizer que precisam ir à Rússia para avaliar pedido de autorização de importação de vacinas feito pelos Estados. Chega a ser inacreditável”, escreveu Flávio Dino, governador do Maranhão, após reunião em sua conta no Twitter.
Em março, o Ministério da Saúde assinou contrato para a aquisição de 10 milhões de doses para integrar o calendário do Plano Nacional de Imunização (PNI). Já os governos de 14 estados do Nordeste comprariam juntos 37 milhões de doses da Sputnik V.
A demanda pela vacina russa cresce, a Índia comprou 100 milhões de doses e o México, 7,4 milhões. Há três semanas, França, Alemanha, Espanha e Itália também fecharam acordo de importação com a Rússia.