“não está cumprindo promessas”

Ministra do STM diz que Lula está decepcionando a magistratura feminina

Maria Elizabeth Rocha, criticou a postura do presidente nesses dois anos de governo em relação à representatividade de mulheres nas indicações ao Poder Judiciário

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Maria Elizabeth Rocha, ministra do Superior Tribunal Militar (STM). Foto: Reprodução/ Superior Tribunal Militar

A futura ministra do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, criticou a postura do presidente Lula (PT) nesses dois anos de governo em relação à representatividade de mulheres nas indicações ao Poder Judiciário. A magistrada afirmou que ele “não está cumprindo promessas”.

Maria Elizabeth Rocha, a primeira mulher a presidir a Corte máxima da Justiça Militar da União, disse também que o Lula tem decepcionado a magistratura feminina.

“É extremamente frustrante, triste e decepcionante, porque o presidente Lula não tem entregado a nós, mulheres, aquilo que ele prometeu. E isso está sendo fruto de muita decepção entre a magistratura feminina.

A magistratura feminina toda se pronuncia nesse sentido e está ressentida. Vamos ver como será agora com as próximas indicações para o STJ. Tudo que se comenta é que serão homens, mas tomara que ele nos surpreenda.” Declarou a ministra em entrevista ao O Globo.

Com a aposentadorias das ministras do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz e Assusete Magalhães, foram abertas duas vagas no órgão para a escolha de Lula.

Mesmo com três mulheres na disputa, os candidatos apontados como favoritos para o cargo são homens, o desembargador Carlos Pires Brandão e Sammy Barbosa, procurador do MP-AC.

“Um presidente que prometeu a isonomia de gênero, a isonomia entre pessoas… Os papeis sociais não podem estar hierarquizados. As pessoas não podem ter os seus lugares pré-definidos por aqueles que não querem deixar o poder que ocupam. É preciso que haja, em uma República, virtudes cívicas que distribuam igualitariamente as relações de poder”.  

Para a ministra, as mulheres estão numa falsa percepção da realidade.

“Porque nós pensamos que estamos dentro, mas não estamos na verdade. É uma falsa percepção da realidade. Eu procuro defender a voz das minorias, mas não só das mulheres, já que eu sou a única do meu gênero (no STM), eu procuro defender a voz de todas as pessoas que são excluídas em uma sociedade que ainda é uma sociedade de homens, brancos, heterossexuais e de classe média. O judiciário é composto majoritariamente por esse formato de magistrados”.

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