Eleições SP

Boulos avalia que Marçal foi determinante para derrota em São Paulo

Segundo Boulos, ele foi vítima de um projeto que visa viabilizar à candidatura de Tarcísio à presidência em 2026

acessibilidade:
Guilherme Boulos (Psol) fez um retrospecto sobre sua campanha e fez projeções sobre o futuro Foto: Reprodução

O deputado Guilherme Boulos (Psol) fez um balanço de sua trajetória nas eleições municipais deste ano, segundo Boulos ele foi vítima de um projeto que tem como objetivo candidatar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à presidência em 2026.

“Eu não perdi a eleição para o Ricardo Nunes. Eu perdi a eleição para um consórcio em torno do projeto [da candidatura presidencial de] Tarcísio [em] 2026”, afirmou o psolista em entrevista à Folha de São Paulo.

De acordo com Boulos, o grande vencedor das eleições municipais de 2024 foi a extrema direita, o político explicou essa vitória como sendo devido a “uma disputa cultural e ideológica de valores na base da sociedade”, que deixou a esquerda na defensiva

A participação de Pablo Marçal (PRTB) também foi vista como determinante para o resultado das eleições em São Paulo, “[…] Para mim, quem decidiu essa eleição foi o Pablo Marçal. [A postura do ex-coach] Era uma coisa tão bizarra, tão ofensiva, que ele normalizou o Ricardo Nunes, que parecia bonzinho perto dele.”

Ao citar o sociólogo, Jessé de Souza, Boulos disse que o Brasil pode se transformar no Irã, devido ao crescimento do fundamentalismo religioso, com traços de México, país latino marcado pela influência de organizações criminosas na política, “o [sociólogo] Jessé de Souza já disse que o risco que a gente vive hoje é o de o Brasil se tornar um Irã, no sentido cultural e social, com o domínio de um fundamentalismo monolítico.”

“E eu acrescento: a entrada do crime organizado e da milícia [na política] nos leva à possibilidade de um futuro muito difícil, de uma mistura de Irã com México, historicamente marcado pelo crime, por cartéis e por assassinatos.”

Sobre as eleições presidenciais de 2026, o parlamentar pontuou que a única pessoa com capacidade para vencê-la é o presidente Lula (PT) “quem salvou o país da extrema direita em 2022, no fio da navalha, foi o Lula, porque ele é a maior liderança popular da história do Brasil. E só quem pode fazer isso novamente em 2026 é ele.”

Entretanto, caso se faça uma leitura errada sobre o que aconteceu nas eleições deste ano a esquerda irá somar mais derrotas nas próximas eleições “se agora fizermos a leitura errada da derrota [de 2024], vamos produzir outras derrotas.”

Reportar Erro