STF ouve nesta segunda auxiliares de Zambelli e hacker em processo sobre invasão a sistema do CNJ

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta segunda-feira (23) depoimentos no processo contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zambelli e Delgatti se tornaram réus nesse processo em maio deste ano, em decisão unânime da 1ª Turma.

Os depoentes desta segunda serão ouvidos como testemunhas, entre eles:

• Renan César Silva Goulart, ex-assessor de Zambelli;
• Thiago Eliezer Martins Dos Santos, hacker ex-parceiro de Delgatti;
• Jean Hernani Guimarães Vilela, assessor de Zambelli;
• Rosfran Lins Borge, servidor do CNJ;
• Cristiane De Brum Nunes Marim, ex-assessora de Zambelli;
• Luan Rocha Brito.

Relembre o caso

Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal (PF) indiciou Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto, acusando-os de atacar o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo a PF, ambos são suspeitos de repetidamente cometerem os crimes de invasão de dispositivos informáticos e falsidade ideológica.

O inquérito revelou que os acusados teriam inserido documentos falsificados no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante interrogatório, Delgatti declarou que acessou o sistema a pedido de Zambelli, que teria fornecido o mandado de prisão falso. Este documento foi registrado no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

Em maio, o Supremo Tribunal Federal acatou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), tornando Zambelli e Delgatti réus no processo.

De acordo com a PGR, o objetivo era “adulterar informações para comprometer a administração do Judiciário e a credibilidade das instituições, gerando vantagens políticas para Zambelli”. Enquanto a deputada nega as acusações, Delgatti admitiu os crimes.

Quando a denúncia foi recebida pelo STF, os advogados de Carla Zambelli afirmaram que “a deputada não cometeu nenhuma irregularidade e está confiante que sua inocência será reconhecida, já que as provas da investigação não demonstram seu envolvimento ou ciência das ações do acusado”.

Por sua vez, a defesa de Walter Delgatti declarou que ele assumiu a responsabilidade pela invasão. “Walter é réu confesso quanto à invasão do CNJ, então a denúncia contra ele não é uma surpresa. Quanto às acusações contra Carla Zambelli, elas apenas reforçam que ele disse a verdade“, disseram os advogados quando o caso foi apresentado ao STF pela PGR.