Escândalo sexual

Anielle confirma à PF assédio e importunação sexual de ex-ministro de Lula

Ministra confirma acusações contra Silvio Almeida dois anos depois

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O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial. (Foto: Divulgação/MDH)

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, confirmou em depoimento à Polícia Federal, nesta quarta-feira (2), que foi vítima de assédio e importunação sexual  do então ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida.

Ela contou aos policiais, durante depoimento de uma hora, que as investidas do agora ex-ministro se iniciaram já em 2022, logo após as eleições presidenciais e no período do governo de transição, quando o presidente da República realizava a montagem do seu governo.

Anielle contou, inclusive, que as importunações sexuais do colega se deram também durante viagens internacionais oficiais.

Silvio Almeida foi exonerado no início de setembro após as acusações de assédio serem tornadas públicas.

A Polícia Federal realiza as investigações por determinação do ministro André Mendonça, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a continuidade do inquérito em caráter sigiloso, solicitado pelo delegado.

O governo Lula relutou em adotar as providência que o caso requeria, tentando submetê-lo apenas ao crive de órgãos como Controladoria Geral da União (CGU), Advocacia Geral da União AGU) ou Comissão de Ética da Presidência, mas sem acionar a PF, como deveria.

Também a ministra relutou em denunciar o caso, que, segundo ela mesma, começou em 2022. Com isso, dois anos depois, seu relato chegou ao conhecimento da ONG Me To Brasil, que o tornou público.

O depoimento de uma testemunha produziu “indícios suficientes” para a PF iniciar investigação preliminar de ofício, ou seja, sem solicitação de outro órgão.

Relembre o caso

Silvio Almeida nega as acusações. Em nota divulgada após sua exoneração, ele afirmou que provará sua inocência.

Durante a gestão de Almeida no Ministério dos Direitos Humanos, surgiram denúncias de assédio moral e uma série de pedidos de demissão. Esses episódios vêm ocorrendo desde o início do mandato, em janeiro de 2023 — acusações que o ex-ministro também nega.

Na terça-feira, o governo Lula (PT) lançou um plano de combate ao assédio na administração pública, elaborado em resposta ao caso. O plano tem como objetivo “desenvolver um conjunto de ações coordenadas para prevenir o assédio e a discriminação” na administração pública federal. A medida foi oficializada pela ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU).

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