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Regina Duarte reclama de Bolsonaro e critica artistas: ‘fiquei no limbo’

A atriz afirma que foi esnobada pela classe artística brasileira e “defenestrada” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro

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A atriz Regina Duarte quebrou o silêncio sobre a atuação política no governo Bolsonaro e diz como está sua vida artística atualmente. (Foto:Reprodução/redes sociais).

A atriz e ex -secretária especial de Cultura Regina Duarte diz que em 2022, se viu em “limbo” artístico após duas tentativas frustradas de retorno aos palcos. A atriz afirma que foi rejeitada pelos artistas, por ter atuado como secretária especial de Cultura do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Duarte diz que os artistas “não quiseram se envolver”. 

A era de namoradinha do Brasil acabou para a Regina Duarte, a temporada que passou em Brasília, fez a atriz experimentar o “doloroso” isolamento. “Tentei fazer teatro no ano passado, mas os dois textos que escolhi não foram aprovados pelos autores. Não quiseram se envolver comigo, por suas razões, que eu entendo perfeitamente. Então, fiquei assim, meio no limbo, ano passado todo, e no início deste ano o anjo jogou umas folhas em cima de mim”, relata Duarte. 

Regina Duarte em entrevista para o Uol Notícias leu uma carta sobre a atuação política e ligação que tinha com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Duarte diz que não se sentia preparada para o cargo mas que contava com a ajuda do produtor cultural Humberto Braga, que morreu em 2021 mas antes tentou fazê-lo secretário-adjunto da pasta. Regina disse que “quis viver a experiência” e alega que foi “defenestrada” por Jair Bolsonaro.

“Foi assustador, mas me ajudou a crescer. Hoje, consigo proteger melhor a menina ingênua do interior que eu insisto em exercer. Sou curiosa, interessada. Quis viver essa experiência. Vivi dando tudo o que eu podia dar. Fui defenestrada, essa palavra me ocorreu agora há pouco, e não me arrependo. Pelo contrário, foi muito bom para mim. Eu não estava preparada. Eu sabia disso, mas eu contava com Humberto Braga”

A atriz foi destituída do cargo em maio de 2020, ainda durante o governo de Bolsonaro. Regina Duarte anunciou a saída do governo por um vídeo nas redes sociais do ex-presidente. Na gravação, feita em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, ela disse que sentia falta da família e por isso, aceitaria o convite de Bolsonaro para se dirigir a Cinemateca, em São Paulo, o que nunca aconteceu. 

A ex-secretária afirma que até hoje não faz “a menor ideia” do motivo para não assumir o comando da instituição. “Era para eu ter passado um tempo na Cinemateca. É uma paixão minha aquele prédio. A proposta era maravilhosa, e tinha muito a ver com a artista que eu sou.”

Regina afirma que decidiu romper o silêncio e falar sobre o período político em respeito à própria trajetória e que iria dar mais informações na biografia.   “Seria injusto com a minha história continuar em silêncio. Uma hora eu me perguntei: ‘Por que o silêncio?’ É o que eu tenho para dizer nesse momento. Talvez, quando eu escrever a minha biografia, eu trago mais informações.”

Atualmente, Regina Duarte encontrou na arte botânica uma nova paixão e um caminho de expressão. A atriz diz que no início deste ano, foi tomada pelo impulso de colecionar folhas secas e as transformar em arte.  “Acordava, eu não ia tomar café. Ia colocar quatro, cinco folhas que eu tinha deixado de colar na noite anterior. Eram 12h, às vezes, 14h de trabalho. E com muita paixão, com muita vontade.”

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