"autoexpulsão"

Partido expulsa presidente da Bolívia e admite cocaleiro

O presidente da Bolívia, Luís Arce, foi expulso do partido, o Movimento ao Socialismo (MAS). O partido vai candidatar Evo Morales

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O presidente da Bolívia, Luís Arce, foi expulso do partido, o Movimento ao Socialismo (MAS). (Foto;Reprodução/redes sociais).

As eleições da Bolívia ocorrem só em 2025, porém as primárias iniciam em dezembro deste ano com um cenário de expulsão de candidatos de partido e o retorno de um ex-presidente destituído por ameaças de terrorismo e defensor da plantação de Coca.

O presidente da Bolívia, Luís Arce, foi expulso do partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), que venceu as eleições de 2020. A expulsão acontece no contexto de disputa entre o atual presidente e Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, que ficou no poder por 13 anos e principal adversário de Arce.

Arce ainda não anunciou se tentará a reeleição. 

De acordo com a MAS, a expulsão foi causada pelo próprio presidente, por não comparecer ao congresso da legenda, realizado em 3 e 4 de outubro, em Cochabamba. O partido considerou que o Luis Arce se “autoexpulsou”

Enquanto Arce estava ausente, Morales foi confirmado como líder e candidato do MAS nas primárias e além de Luís Arce, 28 militantes leais ao presidente também foram desligados do partido, incluindo o vice-presidente do país David Coquehuanca. 

Congresso da “autoexpulsão”

No evento, Evo Morales foi anunciado como o mais novo candidato apoiado pelo partido Movimento ao Socialismo para a presidência em 2025. 

Ainda no congresso, a MAS alterou os estatutos para que apenas militantes com dez anos de partido possam se candidatar. Arce coincidentemente não cumpre essa exigência

Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales recebe apoio do partido Movimento ao Socialismo (MAS). (Foto:Agência Brasil).

 Em suas redes sociais, Morales lamenta a decisão de “alguns irmãos que se excluíram e não compareceram ao histórico congresso”. E complementa dizendo que “aqueles que não aceitam os estatutos, não contribuem ou permitem contribuições e não respeitam a convocação deste congresso legal e legitimidade supervisionado pelo Tribunal Supremo Eleitoral, não podem ser chamados de millitantes”. 

Morales destaca que a ausência de Arce demonstra que as organizações sociais não estavam representadas. “Não podemos ir a uma casa onde não vão estar seus verdadeiros donos, as organizações sociais”

Rivalidade 

Morales governou a Bolívia entre 2006 a 2019, e estava disputando a liderança do partido para as eleições de 2025. A rivalidade entre as duas figuras políticas acentuou a divisão do MAS no último ano, depois de críticas de Morales ao governo por suposta traição, corrupção e tolerância com o narcotráfico. 

Entretanto, antes de inimigos, Morales foi aliado de Arce na candidatura das eleições de 2019 que o tornou líder do poder. 

Mesmo sem origem indígena, Arce conseguiu fortalecer sua liderança entre as bases sociais e sindicais por meio da concessão de incentivos.  

Arce e Morales se distanciaram ao longo do tempo, mas o ex-presidente e os ministros de Arce continuam trocando farpas e ataques. Quando Morales anunciou que pretendia se candidatar à presidência, disse que o objetivo da atual gestão é entregar a Bolívia aos Estados Unidos. 

 

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