Declarações

Silveira confirma que falou com Lula sobre mineração, mas nega interferência na Vale

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira garante que o presidente Lula “nunca se disporia” a fazer “interferência direta” em empresas da Vale

acessibilidade:
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.(Foto: Marcelo Camargo/Agência Câmara).

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira (26), que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tentou interferir diretamente na mineradora Vale. 

Em entrevista, Silveira afirma que o presidente “nunca se disporia” a fazer “interferência direta” em empresas da Vale. 

“O presidente Lula nunca se disporia a fazer uma interferência direta numa empresa de capital aberto, listada em Bolsa, uma corporation, que tem a sua governança, a sua natureza política, que tem que ser preservada, porque o país é um país que respeita contratos”, afirmou o ministro.

O ministro ainda negou que tenha conservado ou procurado acionistas da Vale para buscar a indicação de Mantega. O presidente Lula vinha tentando emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como CEO da mineradora. 

Silveira disse que conversou com Lula sobre o setor de mineração, mas que, “em nenhum momento, o presidente tratou de qualquer questão com relação à sucessão da Vale”.

O ministro de Minas e Energias ainda declarou que ele e o presidente Lula foram “injustiçados” com as notícias veiculadas na imprensa ontem (25), de que o governo estaria pressionando pela indicação do ex-ministro Guido Mantega à presidência da Vale. 

E afirma que o único diálogo que teve com o presidente foi sobre as barragens de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. “O presidente tratou comigo sobre Mariana, sobre Brumadinho, sobre segurança de barragens, sobre licenciamento célere em processos que são necessários para que a gente possa aproveitar essa janela de oportunidade da transição energética, e explorar as nossas riquezas de forma adequada, em especial os minerais críticos”, disse.

O ministro também negou que tenha contatado conselheiros da empresa para pressionar pela aprovação do nome.

“Eu converso com alguns conselheiros da Vale independentes, habitualmente, e com a própria diretoria da Vale, sempre que tenho agenda. E eu em nenhum momento fiz uma referência de indicação do governo a nenhuma vaga da Vale do Rio Doce. Nenhuma”, afirmou.

Mantega deve divulgar uma carta ainda hoje firmando que abre mão de ocupar um cargo na empresa.

Reportar Erro