Uso ideológico

Deputados preparam convocação de ministro após ataque ao agronegócio no Enem

A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) considerou as perguntas 70,71 e 89 “de cunho ideológico” e “mal formuladas”

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Ministro da Educação Camilo Santana , presidente Lula e o presidente do Inep Manuel Palacios ainda não se pronunciaram sobre a anulação das questões. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) pediu a anulação de 3 questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2023 que faz críticas ao setor. Segundo a nota oficial publicada nesta segunda-feira (06), a FPA considerou as perguntas 70,71 e 89 “de cunho ideológico” e “mal formuladas” e com isso “permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista”.

A FPA pede ainda a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara e no Senado, e informações do Ministério da Educação (MEC) sobre a banca que elaborou as questões da prova deste ano, com referências bibliográficas utilizadas para a construção da prova.

A bancada que critica a atuação do governo federal: “Este é o único país do globo em que o seu próprio governo federal propaga a desinformação sobre a principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos. A serviço dos brasileiros? Vincular crimes à atividade legal é informação?”.

Além de afirmar que não vão permitir “que a desinformação seja propagada de forma criminosa entre nossa sociedade, como foi feito durante os anos anteriores do governo atual”.

Reação da oposição

Os deputados federais e membros da bancada do agronegócio, Rodrigo Valadares (União-SE) e Silvia Waiãpi (PL-AP) criticaram o MEC sobre as questões tendenciosas do Enem deste ano de tentarem incriminar e “empurrar goela abaixo” linhas ideológicas da esquerda.

Para eles, o Ministério da Educação tenta a todo modo empurrar cunho político e ideológico da esquerda dentro das escolas e universidades. Segundo Valadares “É um desserviço o que eles (MEC)  prestam aos alunos, uma vez que, tentam macular a imagem da agropecuária no Brasil estimulando e promovendo divisões dentro do setor. Até quando irão empurrar goela abaixo suas linhas ideológicas dentro das escolas e universidades?”

A deputada Silvia Waiãpi têm a mesma linha de raciocínio e crítica essa tentativa de gerar fake news sobre o agro.“Uma informação falsa aos milhões de brasileiros sobre uma das principais atividades econômicas do país: o agronegócio. Com enunciado de viés político, a esquerda, mais uma vez, estimula conflitos agrários dentro do Brasil”.


Confira a nota completa: 

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) aguarda posicionamento urgente do governo federal brasileiro sobre questões de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico dispostas no Exame Nacional do Ensino Médio, prova de admissão à educação superior, aplicada pelo Ministério da Educação no último domingo (5).

O ENEM é um exame de avaliação do conhecimento. As perguntas são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica e permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista. Anulação já!

1. Negacionismo científico contra um setor que, além de trazer a segurança alimentar ao Brasil e ao mundo, é massificação de mentiras. O setor agropecuário representa toda a diversidade da agriculta: pequenos, médios e grandes. Somos um só e não aceitaremos a divisão para estimular conflitos agrários;

2. É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil;

3. A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira;

4. Este é o único país do globo em que o seu próprio governo federal propaga desinformação sobre a principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos. A serviço dos brasileiros? Vincular crimes à atividade legal é informação?;

5. A ineficiência do Estado Brasileiro está exposta. A vinculação de crimes à atividade legais no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate a ilegalidades. Não permitiremos que a desinformação seja propagada de forma criminosa entre nossa sociedade, como foi feito durante os anos anteriores do governo atual;

Ações:

a) Requerimento de convocação do Ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e Senado Federal;
b) Requerimento de informação ao Ministério da Educação sobre a banca organizadora do ENEM 2023 e referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame;
c) Anulação das questões 89, 70 e 71 do ENEM 2023.

A prova do Enem 2023 iniciou neste domingo (05), com o primeiro caderno de humanas e linguagens. O que chamou atenção nas questões foi o ataque ao agronegócio, principal atividade de desenvolvimento social e econômico para o Brasil.

A inclusão desse conteúdo no exame concorrido por todo o país gerou controvérsia, especialmente pelo agronegócio ser um pilar do crescimento econômico brasileiro e um setor vital para o PIB do país, respondendo por cerca de 25%. Até o momento, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e o MEC (Ministério da Educação) não deram nenhuma declaração sobre o assunto. No próximo domingo (11), os estudantes de todo o Brasil irão fazer a segunda parte do Enem, a prova de exatas e ciências biológicas.

 

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