União civil

Comissão da Câmara tem bate-boca em analise de projeto sobre casamento gay

O Projeto redigido pelo deputado federal Pastor Eurico (PL-PE) disse que 'Deus não criou Adão e outro Adão'. Parlamentares associa união homoafetiva com pedofilia

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Deputado Pastor Eurico (PL-PE) defende a proibição do casamento gay. Foto: GIlmar Félix / Câmara dos Deputados.

Parlamentares bateram-boca durante audiência da Comissão de Previdência e Família que analisava proposta sobre o casamento gay. O relator da proposta, deputado federal Pastor Eurico (PL-PE) rejeitou o texto de 2007 do então deputado Clodovil Hernandes, morto em março de 2009, que defendia a liberação da união civil homoafetiva.  O deputado Eurico divergiu das parlamentares Erika Kokay (PT-DF) e Daiana Santos (PCdoB-RS), que saíram em defesa da causa LGBT e em prol do respeito pela comunidade.

Na abertura da sessão, os autores afirmaram que não se trata de um Projeto de Lei preconceituoso. No entanto, no decorrer do texto são utilizados termos que podem desqualificar as vidas e as famílias LGBT, associando a comunidade LGBT com pedofilia e com intuito de destruir a família tradicional, além dos autores argumentarem se baseando em valores religiosos. 

O relator defende que o casamento civil siga apenas entre pessoas de sexo oposto como é dito na bíblia.

“Deus aprovou as relações sexuais dentro do casamento, mas relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são absolutamente proibidas por Deus. Deus não criou Adão e outro Adão. Ele fez uma mulher, Eva, como parceira apropriada para Adão”, disse o relator e deputado federal Pastor Eurico (PL-PE). 

O deputado pastor Eurico abriu o parecer defendendo a rejeição do texto de 2007 do deputado Clodovil, ou como o pastor o chamou ‘senhora Clodovil’ e de outros projetos apensados. 

No documento, o deputado afirma que a Constituição determina que a união estável deve ser apenas entre homem e mulher. 

A Carta Magna brasileira estabelece em seu art. 226 que a família, base da sociedade, com especial proteção do Estado, reconhece a união estável como entidade familiar apenas entre homem e mulher. Nesse diapasão, qualquer lei ou norma que preveja união estável ou casamento homoafetivo representa afronta direta à literalidade do texto constitucional“, escreveu o deputado Eurico.

O pastor também escreveu que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seria contra a finalidade do ser humano ‘A palavra casamento representa uma realidade objetiva e atemporal, que tem como ponto de partida e finalidade a procriação, o que exclui a união entre pessoas do mesmo sexo’ 

A deputada Priscila Costa (PL-CE) complementa a discussão dizendo que o intuito da agenda LGBT não é “formar famílias” mas “acessar de maneira covarde a intimidade das crianças” e que o foco destes parlamentares é “a troca de sexo em adolescentes e exposição de crianças em banheiros com marmanjos barbudos”  

Os parlamentares Erika Kokay (PT-DF), Daiana Santos (PCdoB-RS) e o pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) defenderam a causa LGBT e foram ativistas na ‘liberdade do amor’. A deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) pediu respeito aos LGBT e às crianças transexuais. Neste momento, parlamentares a favor da proibição levantaram “grito de torcida” “criança trans não existe” calando a deputada. 

Erika Kokay, disse que é dever do estado “defender todos os integrantes da família brasileira” e que estão utilizando “palavras de Deus” para generalizar o ódio contra os LGBT. “é uma desumanização que se estabelece nessa casa e nessa comissão. E que não vai se sustentar na democracia”

A deputada Daiana Santos declarou que essa proibição é um retrocesso para o país e que os ataques dos parlamentares são dos que não assumem sua orientação sexual e por isso atacam os LGBT. 

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