Servidor do STJ é identificado em suposta venda de sentenças
Não há indícios que os ministros estejam envolvidos nas acusações
A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nancy Andrighi, identificou um servidor do gabinete da magistrada envolvido em suposta venda de sentenças judiciais.
A revelação foi feita durante uma sessão da 3ª Turma do STJ. Dois grupos, um envolvendo o empresário e lobista Andreson Oliveira Gonçalves e outro com a participação da advogada Caroline Azeredo supostamente estariam envolvidos nas práticas.
Quatro gabinetes de magistrados, incluindo o de Nancy, estariam comprometidos. Não há indícios que os ministros estejam envolvidos nas acusações.
Nancy Andrighi expressou indignação com a situação, destacando que, após 48 anos de magistratura, enfrentar algo assim é indescritível. A ministra informou que o servidor já foi identificado, respondeu à sindicância e está sendo submetido a um processo administrativo disciplinar (PAD) no tribunal.
O presidente do colegiado, Humberto Martins, manifestou apoio aos magistrados sob suspeita e ressaltou a unidade e a força do tribunal. A informação foi divulgada pela revista Veja.
Na mesma sessão, a 3ª Turma analisou um caso envolvendo Wellington Luiz, presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Luiz alegou que representantes de sua ex-mulher, Caroline Azeredo, ofereceram influência em processos em troca de propina.
O presidente da CLDF afirma ter recusado uma proposta de R$ 500 mil por uma decisão favorável, mas perdeu no tribunal. Caroline negou as acusações, dizendo que Luiz agiu por vingança.
A 3ª Turma decidiu, por unanimidade, que Wellington Luiz não tem direito ao usucapião de um imóvel que ocupa desde 1996 em Brasília.