Safra do Maracujá se encerra em Santa Catarina com queda de 35%

A safra 2023/2024 do maracujá encerrou em Santa Catarina com estimativa de produção de 45 mil toneladas, queda de 35% em relação ao ano anterior.

A média da produtividade dos pomares ficou entre 20 a 25 toneladas por hectare, enquanto na safra anterior chegou a 35 t/ha.

Os dados são da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) junto a atacadistas no Sul do estado, onde se concentra a produção da fruta em SC.

O líder do Programa Fruticultura da Epagri no Sul do estado, engenheiro-agrônomo Diego Adílio da Silva, afirma que as condições climáticas foram a principal responsável por esses números.

Adílio revela que a chuva excessiva e a escassez de luminosidade, típicas dos efeitos do fenômeno El Niño no Sul do Brasil, colaboraram com a ocorrência da bacteriose durante a condução dos pomares (Xanthomonas campestris pv. passiflorae), umas das doenças mais importantes na cultura do maracujá.

A bacteriose é uma doença disseminada pelas gotas da chuva e pelo vento, e seu controle com os produtos existentes são pouco eficientes.

“Além disso, as frequentes chuvas contribuíram para a diminuição do efeito dos agrotóxicos aplicados, já que esses produtos precisam de  tempo determinado para atuar de maneira efetiva sobre a doença”, destaca Diego.

Apesar dos efeitos do El Niño, a colheita se iniciou no dia 9 de dezembro, o que levou a oferta de frutos num momento de alta dos preços. O valor bruto de produção (VBP) está estimado em R$ 153 milhões.

“Tivemos pico de R$18,33 pago pelo quilo, porém o preço médio comercializado do quilo do fruto ficou entre R$3,30 a R$3,50”, afirma Adílio.

Embora os números sejam desanimadores, houve destaque em uma das unidades de referência tecnológica de cultivo de maracujá da Epagri, no município de São João do Sul.

A produtividade da fruta no local foi de 47,7 t/ha, com preço médio do quilo comercializado por R$ 5,88.