Pelo terceiro mês consecutivo o setor de Varejo registrou queda nas vendas. O mês de setembro registrou uma queda de 1,6% nas vendas, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são de um levantamento do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA).
O número está deflacionado, ou seja, corrigido pela inflação do período. Em termos nominais, que consideram apenas a receita das vendas sem levar em conta a inflação, houve um crescimento de 2,5% em setembro.
Os três principais setores do varejo, Bens Duráveis, Bens Não Duráveis e Serviços, tiveram queda simultânea. O setor de Bens Duráveis e Semiduráveis registrou uma redução de 1,7%, sendo afetado principalmente pelo desempenho negativo do segmento de materiais para construção.
O setor de Bens Não Duráveis teve uma retração de 1,1%, influenciado principalmente pelos negócios de livrarias, papelarias e afins. O setor de Serviços, por sua vez, teve as vendas reduzidas em 2,9%, sendo o segmento de Bares e Restaurantes o principal responsável por esse resultado negativo.
Na contramão, destaca-se o desempenho positivo do segmento de Supermercados e Hipermercados. De acordo com Carlos Alves, vice-presidente de Produtos e Tecnologia da Cielo, a performance do segmento evitou um resultado ainda pior.
“A queda efetiva de preços praticados nas gôndolas, especialmente a de carnes, estimulou o consumo das famílias. Sem a performance de Supermercados e Hipermercados, o resultado do ICVA seria mais negativo”, afirmou.
Além disso, fatores relacionados ao calendário também tiveram influência na queda do varejo em setembro. O mês contou com um sábado adicional, dia de grande movimento no comércio, e uma quinta-feira a menos.
Em relação à inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou um aumento de 0,35% em setembro. O aumento do preço da gasolina e de outros combustíveis foi o principal responsável pelo impacto inflacionário.
Considerando a inflação do varejo ampliado, acumulada em 12 meses até setembro, observou-se um índice de 4,2%.
De acordo com o ICVA deflacionado e com ajuste de calendário, os resultados de cada região em relação a junho de 2022 foram: Sudeste (-1,7%); Sul (-3,4%); Centro-Oeste (-3,7%); Norte (- 4,1%) e Nordeste (-5,2%).
Pelo ICVA nominal, que não considera o desconto da inflação e com ajuste de calendário, os resultados de cada região foram: Sudeste (+2,1%); Sul (+1,4%); Centro Oeste (+0,4%); Norte (+0,3%) e Nordeste (-1,2%).
No acumulado do terceiro trimestre de 2023, as vendas caíram 1,5%, já descontada a inflação, ante mesmo trimestre de 2022. Em termos nominais, o faturamento cresceu 1,6%.