Indignação

Mais de 40 entidades repudiam boicote do Carrefour ao Mercosul

Os principais frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carne ao Carrefour

acessibilidade:
O CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, afirmou que o grupo francês não comercializaria mais carnes provenientes do Mercosul. (Foto: Reprodução/Instagram/@carrefourbrasil).

Representantes de 44 entidades da cadeia produtiva brasileira publicaram uma carta aberta em repúdio às declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, sobre a suspensão da compra de carnes do Mercosul.

A decisão foi tomada após Bompard anunciar que a rede varejista deixaria de comercializar carnes oriundas do Mercosul para apoiar os agricultores franceses contrários ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

Além disso, o CEO afirmou que os produtos sul-americanos não atendem exigências e às normas francesas.

As associações brasileiras consideram a decisão do CEO infundada e incoerente com os princípios do livre mercado, da sustentabilidade e da cooperação internacional e destacam que o Brasil é uma referência mundial na produção e exportação de proteínas animais, com aumento de produtividade em 172% e redução da área de pastagem em 16% nos últimos 30 anos.

As entidades ressaltam que a legislação ambiental brasileira é uma das mais rigorosas do mundo. A exclusão de produtos do Mercosul do mercado francês pode gerar inflação e aumentar as emissões de carbono devido ao transporte de mercadorias locais menos eficientes.

Em retaliação, os principais frigoríficos brasileiros, JBS e Masterboi, suspenderam o fornecimento de carne ao Carrefour. A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), também se posicionaram contra o francês.

Como noticiou o Diário do Poder, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também criticou a declaração do CEO do Carrefour e afirmou que o Congresso deve pautar ainda nesta semana, medidas de “reciprocidades econômicas” contra a França.

Reportar Erro