Amizade que custa caro ao Brasil

Lula condecora presidente argentino com medalha de Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul

O petista disse que vai lançar um plano com quase 100 ações para retomar uma aliança com a Argentina

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Fernández diz que pediu ajuda para o petista por conta dessa "amizade" entre os dois. Foto: Reprodução/Instagram.

O presidente Lula (PT) se reuniu nesta segunda-feira (26) com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, pela quarta visita do argentino ao Brasil neste ano. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, Fernández veio ao encontro celebrar os 200 anos de relações diplomáticas entre os países, por convite do petista.

No encontro desta tarde de hoje, Lula condecorou o presidente argentino e a primeira-dama Fabíola Yañez com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul e a Ordem de Rio Branco, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

O petista afirmou que os dois países vão adotar um plano com “quase 100 ações” para retomar a parceria estratégica, e que não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino.

“[…] Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para a Argentina. Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado argentino. Hoje, adotamos um ambicioso plano de ação para o relançamento da aliança estratégica. São quase 100 ações que dão concretude ao nosso projeto conjunto de desenvolvimento. Fico muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES à exportação de produtos para a construção do gasoduto Nestor Kirchner “, afirmou o presidente brasileiro.

O presidente argentino agradeceu a honraria recebida citando o poeta, músico e compositor brasileiro, Vinicius de Moraes.

” […] Não fazemos amigos, os reconhecemos. Sempre guardarei esta condecoração por que foi você que me deu e recebi de alguém que gosto”, declarou o argentino.

Fernández destacou também que pediu ajuda para o petista por conta dessa “amizade” entre os dois.

“[…] Quando um amigo tem problemas o que faz? Pede ajuda ao amigo”, afirmou.

Em meio a uma grande crise no país vizinho com economia quebrada e uma terrível inflação acima de 100%, Alberto Fernández não vai disputar a reeleição, mas ainda sim tem rondado o território brasileiro em busca de dinheiro. O argentino sonda um possível empréstimo do Brasil para a Argentina via banco dos BRICS.

A Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul originou-se da extinta Ordem Imperial do Cruzeiro, instituída por Decreto de 1º de dezembro de 1822 de D. Pedro I, para assinalar de modo solene a sua Aclamação, Sagração e Coroação como Imperador Constitucional do Brasil e seu Defensor Perpétuo e em alusão à posição geográfica do país, sob a Constelação do Cruzeiro e também em memória do nome – Terra de Santa Cruz – dado ao Brasil por ocasião de seu descobrimento. A Ordem Imperial do Cruzeiro foi abolida pela Constituição de 24 de fevereiro de 1891 e restabelecida, com sua nova denominação, pelo Decreto 22.165, de 5 de dezembro de 1932, do Presidente Getúlio Vargas.

Enquanto a Ordem Imperial do Cruzeiro se destinava a dignitários brasileiros e estrangeiros, a ONCS ficou restringida a personalidades estrangeiras. Sua concessão dá-se por decreto presidencial, configurando-se em ato de relações exteriores. É a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros.

A Ordem compreende os seguintes graus: Grande Colar, Grã-Cruz, Grande Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro.

“A insígnia da Ordem é uma estrela de cinco braços esmaltados de branco e orlados de prata dourada, assentada sobre uma coroa e encimada por uma grinalda, ambas feitas de folhas de fumo e café, tendo, no centro, em campo azul celeste, a constelação do Cruzeiro do Sul, esmaltada de branco e, na circunferência, em círculo azul ferrete, a legenda “Benemerentium Premium”, em ouro polido. No reverso a efígie da República, em ouro com a legenda “República Federativa do Brasil” (Art. 2º do Regulamento).

O Conselho da Ordem é integrado pelo Presidente da República, pelos Ministros de Estado das Relações Exteriores, da Defesa e pelo Secretário-Geral das Relações Exteriores. O Presidente da República e o Ministro de Estado das Relações Exteriores são, respectivamente, o Grão-Mestre e o Chanceler da Ordem. O Chefe do Cerimonial do Ministério das Relações Exteriores é o Secretário da Ordem.

Veja abaixo algumas fotos desse encontro:

 

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