Ibama suspende aplicação de agrotóxicos à base de Fipronil
O Fipronil está sob reavaliação ambiental pelo Ibama desde 2022, por evidência de efeitos nocivos a abelhas
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) suspendeu, como medida cautelar, a utilização de agrotóxicos contendo Fipronil por meio de pulverização foliar em áreas totais, ou seja, não direcionada especificamente ao solo ou às plantas.
A ação tem como objetivo proteger os insetos polinizadores até que a reanálise do pesticida seja finalizada pelo instituto.
O Fipronil, um componente ativo em diversos pesticidas, está sob reavaliação ambiental pelo Ibama desde setembro de 2022, devido à evidência de efeitos adversos sérios em abelhas associados ao uso desses pesticidas, conforme observado em pesquisas científicas e relatado em várias partes do mundo.
As análises já realizadas indicam a potencial presença de um risco ambiental intolerável para as abelhas, proveniente do desvio da pulverização, para todos os produtos que contêm fipronil e são aplicados via pulverização foliar.
A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), no dia 29 de dezembro, e estabelece o prazo de 90 dias, contados a partir da publicação do comunicado, para que os titulares de registro de agrotóxicos que contenham Fipronil como ingrediente ativo publiquem um folheto complementar, etiqueta ou outro meio eficaz, com a seguinte frase de advertência:
“Este produto é tóxico às abelhas. A aplicação aérea não é permitida. A pulverização foliar não dirigida ao solo ou às plantas, ou seja, aplicações em área total, não é permitida. Não aplique este produto em época de floração, nem imediatamente antes do florescimento ou quando for observada visitação de abelhas na cultura. O descumprimento dessas determinações constitui crime ambiental, sujeito a penalidades cabíveis e sem prejuízo de outras responsabilidades”.