Exportação de café verde do Brasil bate recorde em janeiro
Houve um avanço de 45,4% do produto em relação ao mesmo período de 2023; o progresso foi impulsionado pela demanda por grãos canéforas
O Brasil embarcou 3,665 milhões de sacas de 60 kg de café verde em janeiro de 2024. O número representa um avanço de 45,4% a mais de exportação que o mesmo período de 2023.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
O progresso foi impulsionado pela demanda por grãos canéforas. A quebra de safra de países como Vietnã e Indonésia, principais produtores da variedade, fez com que eles aumentassem suas importações de café brasileiro em até 19.130%.
“O robusta e o conilon (canéforas) brasileiros seguem muito competitivos no mercado mundial e vêm suprindo o déficit ocasionado por quebras de safras em importantes produtores, como Vietnã e Indonésia, primeiro e terceiro maiores produtores mundiais da variedade, respectivamente”, afirmou o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Exportações totais também são recorde:
Considerando o café solúvel e o torrado e moído, o Brasil exportou 3,96 milhões de sacas em janeiro, superando a melhor marca para o mês resgistrada em 2021 (3,66 milhões de sacas).
Arábica também cresce:
A principal variedade embarcada pelo Brasil teve um aumento de 31% nas exportações, somando 3,2 milhões de sacas.
Principais destinos elevam compras:
A Alemanha foi o maior importador do café brasileiro em janeiro, com 695.607 sacas (+57,4%), seguida pelos Estados Unidos, com 682.952 sacas (+31,3%). A China se consolidou como o sexto maior parceiro, com 168.761 sacas (+153,9%).
Cenário global traz desafios:
Os conflitos no Mar Vermelho, a seca no Canal do Panamá e os gargalos logísticos no Brasil podem impactar o tráfego de navios, elevar os custos dos fretes e reduzir a disponibilidade de embarcações.
“Até o momento, não tivemos impacto concreto nos embarques de café do Brasil, mas temos ciência que, se permanecerem os ataques na ligação entre o norte da África e o Oriente Médio, assim como a falta de chuvas na América Central, certamente a elevação nos custos dos fretes ou a escassez de embarcações poderá complicar ainda mais o cenário no Brasil”, declarou Márcio Ferreira.