Deputado quer barrar viagem de Marina aos EUA em meio à crise climática no Brasil
O parlamentar destaca que as autoridades devem focar totalmente na emergência ambiental, em vez de se preocuparem com viagens internacionais
O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) apresentou um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar o despacho do Presidente Lula (PT), que mesmo em meio à crise climática que assola o Brasil, autorizou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva a viajar para Nova York, nos Estados Unidos.
A viagem está marcada para os dias 21 e 27 de setembro, onde a ministra deve participar da Cúpula do Futuro, durante a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Nogueira que é o vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, destaca que a ação é uma resposta à gravíssima crise ambiental que o Brasil enfrenta, com recordes alarmantes de incêndios em todo o território nacional, especialmente na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Caatinga.
O parlamentar afirma que o momento é das autoridades estarem integralmente dedicadas a enfrentar essa emergência ambiental, e não preocupadas com viagens internacionais.
“É inadmissível que, em meio a uma crise sem precedentes, a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tenha sido autorizada a se ausentar do país para participar de eventos internacionais. O Brasil precisa de liderança presente e ativa para coordenar as ações de combate aos incêndios”, declarou o deputado.
Nogueira pondera ainda que o Congresso possui, conforme previsto na Constituição Federal, a prerrogativa de sustar atos do Poder Executivo.
“Precisamos garantir que a política ambiental seja tratada com seriedade e urgência. Este projeto de decreto legislativo é essencial para assegurar que as autoridades ambientais se comprometam com a gestão imediata da crise”, destaca.
O texto segue para análise na Câmara.
Incêndios
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam que o Brasil registrou 7.322 focos de incêndio nas últimas 48 horas, somando 180.137 focos em 2024 – um aumento de 108% em relação ao ano anterior.
Os números colocam o país em uma posição crítica, sendo responsável por mais de 50% das queimadas na América do Sul, com impactos devastadores tanto para o meio ambiente quanto para o agronegócio, que já acumula prejuízos bilionários.