A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) elevou a estimativa de exportação de soja do Brasil, projetando um novo recorde acima de 100 milhões de toneladas. Isso ocorre à medida que o setor se beneficia de uma grande colheita realizada no primeiro semestre.
A Anec, que até outubro via o maior exportador global encerrando o ano com exportações de 99 milhões de toneladas de soja, agora projeta 101 milhões de toneladas, “podendo chegar a 102 milhões” na melhor das hipóteses, disse o diretor-geral da associação, Sérgio Mendes, à Reuters.
A exportação de soja brasileira deve atingir 5,15 milhões de toneladas neste mês, alta de 168% na comparação com novembro do ano anterior. O maior produtor global tem contado ainda com uma firme demanda, especialmente da China, para escoar uma safra recorde colhida em 2023.
De janeiro a novembro, a Anec projeta exportações de 98,15 milhões de toneladas, considerando os embarques até outubro e também a programação de navios neste mês. Esse volume já supera em mais de 20 milhões de toneladas o total embarcado em todo o ano de 2022.
Os embarques de milho no país também devem aumentar mais de 50% em novembro em relação ao mesmo mês de 2022, para 8,35 milhões de toneladas. Com tais embarques, a exportação brasileira de janeiro a novembro deverá somar 50,68 milhões de toneladas, já superando o recorde de 44,7 milhões de todo o ano de 2022.
Plantações de milho. (Foto: Silva,Renata/Embrapa).
Mendes havia afirmado anteriormente que a exportação brasileira poderia atingir na melhor das hipóteses 56 milhões de toneladas em 2023, e reafirmou esse número nesta quarta-feira (8). A previsão anterior para o ano era de 52 milhões a 53 milhões de toneladas.
Com os embarques de farelo de soja esperados para novembro, a Anec também projeta que o país acumule no ano exportações do produto de 20,67 milhões de toneladas. Isso também é superior ao registrado em todo o ano passado (20,4 milhões de toneladas).
O Brasil conquistou vendas que eram feitas pela Argentina, após o problema climático no país vizinho. Isso mostra a resiliência e a capacidade do setor agrícola brasileiro de aproveitar as oportunidades de mercado.