‘É inaceitável votar em ladrão’, diz senador, lembrando que Dantas não foi absolvido
Rodrigo Cunha alerta contra domínio da política da bala e da corrupção
Após o Supremo Tribunal Federal (STF) devolver o cargo de governador-tampão de Alagoas ao candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB), seu adversário no 2º turno e senador Rodrigo Cunha (União Brasil) foi a emissoras de rádio esclarecer que a decisão de dois ministros do Supremo não inocentou o governador das suspeitas de que teria liderado um esquema criminoso de corrupção que roubou R$ 54 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa.
Em reação às falas de Paulo Dantas, que afirmou que o STF “restabeleceu a Justiça e que “a verdade venceu a mentira”, Rodrigo Cunha ressaltou que alagoanos devem considerar inaceitável reeleger o governador que em quatro meses de governo foi alvo da Operação Edema e apontado como corrupto por investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal e por dez ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“A gente tem que acordar para não permitir que Alagoas não volte a ser a terra da política da bala e da corrupção, que é o que ele [Paulo Dantas] simboliza. A gente está agora em uma situação em que Alagoas tem que estar unida muito mais do que pelo Rodrigo Cunha, é por amor próprio, é pelo bem do seu filho, é pelo bem das próximas gerações, para que a gente não volte a ver o nome de nosso estado jogado na lama e Alagoas sendo envergonhada para o Brasil inteiro, como foi em quatro meses com Paulo Dantas como governador-tampão”, defendeu Rodrigo Cunha.
“No 1º turno, quem votou em Paulo Dantas não o conhecia. Agora, realmente, é inaceitável… E não estou falando porque estou concorrendo contra ele, não. Estou falando porque eu amo este estado de Alagoas. [É inaceitável] que alguém sabendo que no outro lado tem um ladrão que roubou dinheiro do povo. Isso não é apenas o adversário que está dizendo; mas a Polícia Federal, o Ministério Público Federal que tem grande credibilidade, o STJ, com dez ministros”, argumentou o candidato do União Brasil.
“[Paulo Dantas] não foi inocentado, de maneira alguma. Deve é muita explicação à Justiça e, principalmente à população alagoana. Por isso que estamos aqui para repercutir e não deixar essas pós-verdades e falsas narrativas iludirem a população dizendo que foi absolvido. Não foi absolvido de nada”, concluiu o candidato a governador do União Brasil.
O senador citou argumentos centrais utilizados pelos ministros do STF, Gilmar Mendes e Roberto Barroso, ao devolver o cargo a Paulo Dantas. Lembrando que não houve absolvição, mas o entendimento de que o momento eleitoral não permitiria o cumprimento da medida cautelar de afastamento, com base no entendimento da proibição legal de prisões a partir desta terça, bem como a conclusão de que a suspeita de corrupção não recairia sobre o cargo de governador, mas sobre a época em que Paulo Dantas era deputado estadual.
“A própria decisão da Justiça [STJ] diz que ele continuou, como governador, roubando a Assembleia, pegando o dinheiro do povo ainda enquanto era governador”, rebateu. “Não é porque ele não comprou 25 apartamentos com dinheiro do povo, ou comprou mansão de R$ 8 milhões. Não é por isso. Ele não tem como explicar. Ele deve explicação à população. E agora tenta criar uma falsa narrativa”, concluiu, citando as suspeitas citadas no inquérito da Operação Edema.
Veja o que disse Rodrigo Cunha, em entrevista à Radio Nova Brasil:
Esperança
Rodrigo Cunha ressaltou que, independente dos entendimentos dos ministros do Judiciário, quem vai decidir o futuro de Alagoas é o povo que ama o estado, no próximo domingo (30). Para o senador, Alagoas “precisa respirar esperança”. E está nas mãos de cada alagoano fazer com que aquele que deve ser punido não seja premiado como governador do Estado, fazendo Alagoas ser envergonhada e voltar a ser dominado pela política da bala e da corrupção, mantendo-se como o estado que mais tem pessoas passando fome no país.
O senador Rodrigo Cunha lembrou de sua trajetória com ficha limpa, sem envolvimento com nada de errado. Bem como destacou sua luta por Justiça, seja para colocar na cadeia os assassinos de seus familiares, no caso de pistolagem política contra sua mãe e ex-deputada federal Ceci Cunha, ou lutando pelos direitos do consumidor no Procon de Alagoas.
“Não tenho caso de corrupção, pelo contrário, sempre lutei por justiça minha vida inteira. Foi por justiça, sim, quando precisei colocar os assassinos de meu pai na prisão. Foi por justiça no Procon, lutando pelo direito do consumidor e do cidadão. É por justiça social, quando a gente investe em mais de 160 associações e ONGs, diretamente, sem intermediários, para potencializar aqueles que ajudam outros alagoanos. É a justiça de não permitir que este estado caia em mãos erradas, estou aqui dando todo o meu suor e minha história, para impedir que o estado caia em mãos erradas”, argumentou Rodrigo Cunha, que exigiu tropas federais, após ter seu comitê depredado após o debate do último sábado (22).
“O que vocês vão contar aos seus filhos? Que Alagoas elegeu um candidato corrupto, todo mundo sabendo o que aconteceu? Tivemos um livramento. Estou aqui me colocando à disposição e estou preparado. E tenho humildade também para buscar os maiores especialistas em cada área. Não vendi a alma para ser governador de Alagoas, mas a vida me colocou nessa condição, mais uma vez, de impedir que um mal maior seja feito às famílias de nosso estado”, apelou Rodrigo Cunha.
‘Restabelecida a Justiça’
Veja como reagiu o governador Paulo Dantas, ao retornar ao cargo dizendo que o STF restabeleceu a Justiça, e que a verdade venceu a mentira e as fake news, na noite de ontem (24):
Ver essa foto no Instagram