Fraude

Dois mil cartões do Passe Livre Estudantil são usados de maneira irregular

Uso indevido foi identificado por meio da biometria facial

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Testado na linha que faz o trajeto circular Rodoviária-UnB desde maio, o sistema de biometria facial acusou o uso irregular de dois mil cartões do Passe Livre Estudantil. A quantidade representa 11% dos mais de 17 mil usuários que usufruem do benefício. As irregularidades foram identificadas em apenas dez dos 2,7 mil ônibus que rodam na capital.

O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFtrans) já notificou 1,3 mil titulares, que tiveram o Passe Livre suspenso. “Esses cartões serão bloqueados, conforme a lei, por seis meses. A pessoa terá de comparecer ao DFTrans para se explicar, será aberto um processo administrativo e, na Polícia Civil, um outro processo quanto à utilização [irregular] desses cartões”, declarou o secretário de Mobilidade, Fábio Damasceno.

O usuário que tiver o cartão suspenso terá direito a defesa. Depois de seis meses de bloqueio, o titular pode requerer o retorno do benefício, caso atendam os requisitos para voltar a receber o Passe Livre.

Novos aparelhos de biometria facial serão instalados nas demais linhas de ônibus que atendem o DF ao longo deste ano. De acordo com o secretário, as fraudes aumentam o custo do governo com o transporte público. “Isso é evasão de receita, traz prejuízo para toda a população que paga o sistema de transporte. Então nós precisamos coibir, dar o benefício para quem realmente precisa, quem vai utilizar. A biometria vem para combater um segundo tipo de fraude, que é provocada pelo aluno que tem o direito, mas vende, aluga, dá o cartão.”

Como funciona

Câmeras são fixadas acima dos validadores dos cartões, captando imagens de quem passa pela catraca. As gravações são enviadas para o DFTrans que, por meio de um software, compara as imagens com o cadastro feito no sistema. Quando ocorrem divergências entre os dois dados, uma equipe do DFTrans avalia quais são as providências cabíveis.

Benefício suspenso nas férias

Na última segunda (3), o governo do Distrito Federal suspendeu o Passe Livre Estudantil enquanto durar o recesso de julho. As escolas informaram ao DFTrans  o período de férias e os alunos matriculados. As suspensões variam de acordo com a instituição de ensino – começando entre os dias 3, 10, 17 e 24.

Estagiários e participantes do Jovem Candango não serão afetados com a suspensão do serviço durante o mês de julho. Com os 220 mil estudantes cadastrados para receber o Passe Livre Estudantil, o GDF gasta aproximadamente R$ 22 milhões por mês. Com a suspensão dos benefícios aos estudantes de férias em julho, o governo estima que o gasto caia para R$ 9 milhões. Os repasses serão retomados no dia em que os colégios voltarem de férias.

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