Abastecimento

GDF mantém fim das obras de captação de água em Corumbá IV para dezembro

Obras estão 75% concluídas; desafio atual é a rede elétrica, responsabilidade do governo de Goiás

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Presidente da Saneago, Jalles Fontoura, afirma que prédio que abrigará bombas de captação está em fase de acabamento. Foto: Iana Caramori/Diário do Poder

As obras do Sistema Corumbá IV, em Valparaíso, passou pela vistoria do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg; o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice; e o presidente da Saneamento de Goiás (Saneago), Jalles Fontoura, na manhã desta terça (17).

A intervenção é uma parceria entre os governos do Distrito Federal e de Goiás. Segundo o GDF, as obras de responsabilidade do DF já estão 75% concluídas. As bombas que irão fazer a captação de água do Lago Corumbá já foram compradas e estão no processo de entrega. A instalação desses aparelhos está prevista pelo governo do DF para começar no próximo mês. O prédio, que abrigará as bombas, passa por fase de acabamento, segundo o presidente da Saneago.

Durante a vistoria, Rollemberg garantiu que o prazo de entrega da obra continua sendo dezembro deste ano. “Esse será um grande legado para as futuras gerações e que vai acabar com o problema de abastecimento do Distrito Federal pelos próximos 20 anos”, declarou Rollemberg. O governador acredita que Corumbá IV — junto com a operação de outras obras de captação de água, como a Estação de Tratamento de Água do Lago Norte — irão resolver a crise hídrica na capital.

Em junho deste ano, foi interrompido o rodízio no abastecimento de água no Distrito Federal após um ano de racionamento. Em 2017, no ínicio dos cortes de água, o nível do Descoberto chegou a atingir apenas 19%. Próximo ao fim do rodízio, o nível do reservatório do Descoberto estava em 92,9% de volume útil. O de Santa Maria soma 59,9%, de acordo com dados da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa).

Presidente da Saneago, Jalles Fontoura; governador Rodrigo Rollemberg; e presidente da Caesb, Maurício Luduvice. Foto: Iana Caramori/Diário do Poder

Capacidade

No Distrito Federal, em um primeiro momento, a captação de água proporcionada pela obra irá abastecer Gama, Santa Maria e Recanto das Emas. Ainda nesta primeira etapa, serão captados do reservatório 2,8 mil litros de água por segundo — metade para o Distrito Federal e metade para Goiás.

Quando estiver em pleno funcionamento, o Sistema Corumbá IV permitirá a captação de 5,6 mil litros por segundo, quantidade que também será dividida igualmente entre as duas partes. A expectativa é de que o sistema funcione totalmente em até seis meses a partir de dezembro deste ano, de acordo com o presidente da Caesb, Maurício Luduvice.

Conta de água

O custo das obras do Sistema Corumbá IV é de R$ 550 milhões, quantia dividida igualmente entre as duas unidades da federação. Segundo o presidente da Caesb, esse valor não será repassado ao contribuinte. “Realmente foram vários investimentos, mas a grande parte dos recursos investidos aqui em Corumbá vêm como recurso do Tesouro do Distrito Federal. Então não serão computados para efeito de tarifa”, declarou Luduvice.

Rede elétrica

O presidente da Saneago, Jalles Fontoura, afirmou que as obras de responsabilidade do governo de Goiás estão andando no mesmo ritmo que as intervenções tocadas pelo GDF. “As equipes técnicas estão muito entrosados e o objetivo é o mesmo. Nós dependemos agora das montagens eletromecânicas, das bombas que já foram compradas e pagas.”

De acordo com Fontoura, o desafio do governo de Goiás agora é a rede elétrica que irá permitir o funcionamento das bombas de captação de água. “É uma linha de transmissão grande, pesada, cara, que está sendo iniciada nesse momento, depois de problemas com o Iphan, Ibama.” As obras da linha de transmissão começam na próxima segunda (23) e devem ser concluídas em novembro.

Sobre a demora para a conclusão das obras, que começou em 2009, Fontoura afirmou que foi uma “aventura”. “Teve de tudo: operação da Polícia Federal; a superação dela; os atrasos normais. A gente queria ter terminado a obra no ano passado, mas vai efetivamente terminar em dezembro.”

Fontoura faz referência a Operação Decantação, deflagrada em agosto de 2016 pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO), que apontou superfaturamento de 388% no valor das bombas de captação da água. As investigações interromperam as obras, que só foram retomadas em setembro do ano passado, quando o Ministério das Cidades voltou a repassar os recursos para a continuação da obra. O preço das bombas acabou passando de R$ 34,9 milhões para R$ 15,4 milhões.

Luduvice também falou sobre as acusações de sobrepreço na compra de equipamentos para as obras. “Não houve sobrepreço e nenhuma irregularidade. O que aconteceu foi uma interpretação na hora da formação do preço para a aquisição das válvulas para Corumbá. Seguimos o decreto e calculamos o preço pela média. O Tribunal de Contas recomendou que fizéssemos pelo menor preço. Nós acatamos a decisão e relançamos o edital.”

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