Contra traumas institucionais

Temer diz que semipresidencialismo faria ‘Revolução dos Cravos’ no Brasil

Ex-presidente cita libertação de Portugal da ditadura, ao sugerir 'troca de flores' com novo sistema de governo

acessibilidade:
Ex-presidente Michel Temer defendeu semipresidencialismo para o Brasil ao discursar em evento do LIDE em Lisboa. Foto: Reprodução TV LIDE

O ex-presidente da República Michel Temer (MDB), sugeriu nesta sexta-feira (3) que o Brasil promova a implantação do semipresidencialismo como uma versão da Revolução dos Cravos, que pacificou Portugal e libertou o país da ditadura em 1974. A troca de rosas ou lírios entre brasileiros foi sugerida por Temer, durante seu discurso em conferência do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), em Lisboa.

A metáfora foi utilizada para  propor combater traumas institucionais com a implantação do semipresidencialismo no Brasil.

Em sua fala, Temer ressaltou que chegou constitucionalmente ao poder, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016. Mas lembrou que a troca de governo, no Brasil, é sempre um “trauma institucional”, após dizer que a analogia à Revolução dos Cravos contra a ditadura do fascista Antônio Salazar simboliza a busca de harmonia e tranquilidade, após a divulgação de tantos “espinhos” sobre o Brasil.

“Fez com que Portugal crescesse enormemente. Não só politicamente como também se desenvolvesse extraordinariamente. Foi fruto desta flor da paz. Aliás, o que estamos muito precisando do Brasil, quem sabe tivéssemos lá uma revolução das rosas, ou dos lírios, para trocarmos flores e deixarmos os espinhos para trás”, sugeriu o ex-presidente.

Tratado recentemente como “golpista” pelo atual presidente Lula (PT), Michel Temer citou a proposta de implantação do semipresidencialismo no Brasil, tratando Portugal como exemplo bem sucedido deste sistema de governo.

Para Temer, o modo de governo que mistura presidencialismo com parlamentarismo seria “um sistema de tranquilidade”. E exalta a facilidade de se mudar de um governo para o outro e até de dissolução do parlamento, como fez o presidente Marcelo Rebelo, em dezembro de 2021, convocando novas eleições com aval da Constituição de Portugal.

“O primeiro-ministro [António Costa] é de outro partido de ideias um pouco diferenciadas [das de Rebelo]. Mas eles harmonizam a sua atividade. Ou seja, trocam flores, não é verdade? E conduzem Portugal com muita sabedoria. E é precisamente isso que nós estamos precisando no Brasil”, disse Temer, ressaltando que a ideia que divide com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ocorrer “em um dado momento” do Brasil.

Assista o discurso de Temer, transmitido pelo canal da TV LIDE, no Youtube:

Reportar Erro