Tarcísio descarta demitir Derrite por casos de violência policial
Governador defendeu secretario da Segurança Pública pressionado por crimes de repercussão nacional
A série de casos de violência que impactaram a imagem da polícia de São Paulo não resultarão na demissão do secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite. É o que garantiu do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Repúblicanos), nesta quarta (4), em Brasília, um dia após condenar a violência de policial que matou ladrão desarmado com 11 tiros pelas costas de outro que jogou de uma ponte um suspeito rendido.
Em entrevistas à imprensa, durante sessão solene na Câmara dos Deputados para Outorga da Medalha do Mérito Legislativo, Tarcísio foi além de trocar a expressão “nem aí”, que usou em março deste ano para comentar o saldo de 56 mortos pela polícia na Operação Verão no combate a criminosos. Admitiu haver medidas a tomar, com “humildade, análise, planejamento e ação”, a exemplo de um esforço concentrado de tolerância zero com a violência policial, contra novos casos.
Mas descartou demitir Derrite, secretário que também mudou o tom desde ontem, quando os novos casos de violência policial sucederam a morte de criança de 4 anos na Baixada Santista e a execução brutal de um estudante de medicina desarmado que bateu no retrovisor de uma viatura e foi perseguido até ser morto em um hotel de São Paulo.
Ao negar demitir Derrite, Tarcísio falou em fazer uma profunda reflexão sobre o que precisa mudar sobre o que não está dando certo. E ressaltou os índices da Segurança Pública como motivações para a manutenção do secretário no comando da política de proteção dos paulistas e combate a criminalidade.
“Mas não é rifa de ninguém que resolverá. Na adversidade, temos que procurar juntar. Não espalhar. […] A reflexão é sobre como evitar. O que está sendo interpretado de forma equivocada no respaldo que se dá ao combate ao crime? Como a corregedoria está atuando?”, disse o governador, à CNN Brasil.
“Não vou [demitir Derrite]. Olha os índices [da segurança pública]. O que aconteceu foi muito ruim. Nós vamos tomar providência”, resumiu Tarcísio, para o Estadão.