Tarcísio afasta alvo de operação da PF contra Bolsonaro
Major ocupava cargo na Companhia de Prodesp e é investigado pela PF
O governo de Tarcísio Gomes de Freitas (Rep) decidiu afastar do cargo que ocupava na Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) o major da reserva do Exército, Ângelo Martins Denicoli. O militar foi alvo da Operação Tempus Veritatis, deflagrada na última quinta-feira (8) para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados por indícios de tentativa de golpe de Estado.
O governador Tarcísio Gomes de Freitas foi ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro. E tem irritado a militância de bolsonaristas mais radicais, pela suas recentes agendas com o presidente Lula, que viabilizaram investimentos do governo federal no estado de São Paulo. E a empresa pública de tecnologia da informação (TI) de São Paulo confirmou, neste sábado (10), o afastamento do militar que era assessor especial da Prodesp.
Denicoli foi citado como integrante do “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” da organização criminosa acusada de tentar um golpe para manter Bolsonaro na Presidência da República, segundo decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A PF acusa o major de atuar na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas sobre o processo eleitoral de 2022, em que Bolsonaro perdeu para Lula (PT), no segundo turno. E relata que Denicoli fez interlocução com o argentino Fernando Cerimedo, que produziu uma transmissão de live que atacou as urnas eletrônicas.
Assim como Bolsonaro, Denicoli teve seu passaporte apreendido e foi alvo de busca e apreensão em seus endereços. No governo do ex-presidente, ele foi diretor do Ministério da Saúde, na gestão do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ).