Empresário fuzilado em Arapiraca

Senador pede que Dino barre promoção de PMs réus por morte em Alagoas

Rodrigo Cunha formalizou indicação ao Ministério da Justiça contra reajustes salariais de dois policiais acusados de matar empresário

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Senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) apelou ao Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino, por providências urgentes que anulem a promoção concedida a dois dos três policiais militares de Alagoas que se tornaram réus pelo assassinato do empresário Marcelo Leite, fuzilado em 14 de novembro de 2022, em Arapiraca (AL). O pedido foi formalizado por meio da Indicação número 83/23, apresentada ontem (12) ao Plenário do Senado.

“É revoltante permitir que, enquanto a família de Marcelo clama por justiça, a sociedade alagoana se depara com um cenário em que os indivíduos acusados de destruir vidas e famílias são recompensados com promoções e reajustes salariais. Isso não é apenas uma questão de procedimentos burocráticos; é uma questão de integridade moral e ética. Marcelo Leite não está mais entre nós para defender sua inocência, para clamar por justiça”, justificou o senador, na indicação enviada hoje ao Ministério da Justiça.

Três policiais militares foram indiciados, em fevereiro, por crimes de homicídio, denunciação caluniosa e fraude processual, por mudança intencional da cena do homicídio, em que o empresário Marcelo Leite foi atingido por um tiro de fuzil, em abordagem policial. A vítima morreu semanas depois, em um hospital de São Paulo.

Os dois policiais promovidos em agosto à patente de 3º sargento foram Jilfran Santos Batista e Ariel Oliveira Santos Neto, que integram o Pelotão de Operações Especiais da Polícia Militar, o Pelopes, e estão afastados das funções de policiamento ostensivo. O outro policial que responde ao processo é Xavier Silva de Moraes, que não foi promovido.

Rodrigo Cunha disputou o segundo turno das eleições de 2022 e perdeu a disputa pelo governo de Alagoas para o governador reeleito, Paulo Dantas (MDB), responsável pelas promoções na Polícia Militar.

Leia a íntegra do apelo de Rodrigo Cunha:

A morte do empresário Marcelo Leite, que foi vitimado de um tiro de fuzil efetuado por um membro da força pública, no dia 14 de novembro de 2022, em Arapiraca, agreste alagoano, segue até a data de hoje sem a devida solução. Dentre os crimes cometidos, estão o . Quatro policiais são réus. Enfim, o que deveria ter sido um encontro com agentes responsáveis pela proteção da sociedade acabou se transformando em um evento trágico e sombrio. A notícia que nos traz aqui hoje é ainda mais dolorosa: policiais investigados por suposta participação na morte de Marcelo acabam de serem promovidos pela Polícia Militar de Alagoas. É revoltante permitir que, enquanto a família de Marcelo clama por justiça, a sociedade alagoana se depara com um cenário em que os indivíduos acusados de destruir vidas e famílias são recompensados com promoções e reajustes salariais. Isso não é apenas uma questão de procedimentos burocráticos; é uma questão de integridade moral e ética. Marcelo Leite não está mais entre nós para defender sua inocência, para clamar por justiça. Por isso, é nosso dever, como sociedade, somarmos forças para que a busca por verdade e justiça não seja abandonada. A impunidade é o principal combustível da violência. Não podemos permitir que este crime que vitimou Marcelo fique impune. Nós queremos justiça, verdade e para que tragédias como essa não se repitam. Vale ressaltar que os homens e mulheres da segurança pública, em sua grande maioria, são agentes da segurança e promotores do bem-estar coletivo. São trabalhadores e trabalhadoras que colocam sua vida e de suas famílias em risco para defender nossa sociedade. São funcionários públicos que merecem aplausos. Porém, como em todo meio, há os bons e os maus profissionais. E os maus, que são minoria, merecem punição, e não promoção. Deste modo, solicitamos a urgente adoção de medidas que revejam a promoção concedida aos militares envolvidos, investigados e réus pelo crime cometido contra Marcelo Leite.

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