Perseguição política

Ramagem: inquérito inventa crime para destruir segmento político

Único deputado indiciado em inquérito sobre golpe reage dizendo haver narrativa para condenação sem provas

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Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin foi um dos alvos da operação Última Milha (Foto: Agência Câmara)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) sugeriu, nesta sexta (22), que seu indiciamento no inquérito da Polícia Federal que investiga a tentativa de golpe de Estado para manter no poder o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria fruto de uma narrativa para condenação sem depender de provas. Ele acusa o inquérito de inventar crime para destruir um segmento político, bolsonarista, sob alegação de defesa da democracia.

“A persecução penal de hoje se tornou perseguição política. Invenção de crime para destruir um seguimento [sic] político. E ainda clamam ser em nome da democracia”, escreveu, em suas redes sociais.

O parlamentar foi indiciado com seu aliado ex-presidente e mais de três dezenas de acusados de crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Ramagem critica o Supremo Tribunal Federal (STF), ao concluir que os trâmites legais teriam se resumido a “levar o desejado à imprensa”, como “condenação atual”.

“STF lida com processos físicos sigilosos. Sigilosos aparentemente apenas aos investigados. Físicos para informar que ainda não houve juntada. Como a imprensa tem acesso a peças dos autos antes, e por que? Constroem malabarismo com a imprensa para uma tentativa, sem ter nada tentado, indiscutível aos dispositivos da norma penal geral. Mas regras gerais do ordenamento não importam mais”, condenou.

O delegado da Polícia Federal que chefiou a Abin no governo de Bolsonaro ainda critica a alegação de investigadores de que os indiciados atuaram para “fomento à insatisfação popular” que culminaram nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023. E se refere à revolta contra a “descondenação” do presidente Lula (PT), que chegou a ser preso, em 2018, por corrupção e lavagem de dinheiro, ainda assim, obteve autorização da Justiça para disputar e vencer Bolsonaro, nas urnas, em 2022.

“A revolta causada a grande parte da população foi a anulação de uma condenação em três instâncias, com farto conjunto probatório, levando o descondenado à presidência, além da destruição econômica que um governo PT causa ao Brasil”, argumentou Ramagem.

 

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