Venda de sentenças

PF prende lobista e vasculha casas de desembargadores

STF autorizou prisão e buscas em endereços dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, afastados desde agosto

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Andresson Gonçalves seria lobista de esquema de corrupção no TJMT. (Foto: Divulgação)

A investigação sobre um esquema de corrupção com venda de decisões judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a determinar que a Polícia Federal prendesse preventivamente, nesta terça (26), o lobista e empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, em Cuiabá. A Operação Sisamnes também fez buscas por provas em endereços dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, afastados do TJMT desde agosto. 

Ao todo, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão determinados pelo STF em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal. O Supremo ainda determinou medidas cautelares como instalação de tornozeleiras para monitoramento eletrônico, afastamento das funções públicas de servidores e membros do Poder Judiciário, sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.

Desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram afastados do TJMT (Foto: Reprodução)

“As investigações apontam para um suposto esquema de venda de decisões judiciais, envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados. De acordo com as apurações, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses. Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais”, detalhou a PF.

O lobista preso nesta terça é apontado como elo entre os desembargadores Sebastião e João e o advogado Roberto Zampieri, assassinado em agosto deste ano. E a operação é resultado de mensagens encontradas no celular do advogado, após sua execução, com conversas que levaram aos afastamentos dos dois desembargadores investigados por suspeita de venda de decisões.

O nome da operação remete ao episódio da mitologia persa, durante o reinado de Cambises II da Pérsia, que narra a história do juiz Sisamnes, que teria aceitado propina para proferir uma sentença injusta.

O Diário do Poder não conseguiu contato com a defesa dos investigados, mas mantém o espaço aberto para eventuais posicionamentos.

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