PF mira crimes de incêndios no Pantanal para criar gado via grilagem
Alvos são suspeitos de incendiar e causar dano de mais de R$ 220 milhões à área da União invadida para criação de gado
A Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, na manhã desta sexta-feira (20), em Corumbá, visando robustecer provas de crimes de incêndios e desmatamentos no Pantanal sul-mato-grossense, cometidos para a exploração ilegal das terras da União, invadidas por meio de grilagem para criação de gado. A Operação Prometeu foi autorizada pela Justiça Federal de Corumbá, com apoio do Ibama e da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro/MS).
A investigação identificou dano de mais de R$ 220 milhões, por meio de reiterados crimes ambientais por meio dos incêndios ocorridos neste ano de 2023, que precediam a prática de grilagem por meio de fraudes junto a órgãos do governo.
A PF informou que calculou um total de 6.419,72 hectares já foram ocupadas irregularmente pelo esquema para exploração econômica por meio da pecuária. E as investigações realizou buscas na região e identificou a existência de ao menos 2.100 cabeças de gado na área da União, mas estima que já haviam sido criados mais de 7.200 animais nas áreas do Pantanal, em todo período investigado.
Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de provocar incêndio em mata ou floresta, desmatar e explorar economicamente área de domínio público, falsidade ideológica, grilagem de terras e associação criminosa.
A operação policial foi batizada com o nome Prometeu, pela histórica má utilização do fogo nas pastagens do bioma pantanal pelo homem, como incentivo a pecuária e avanço sobre o Pantanal. O nome remente ao personagem da mitologia grega que é visto como uma divindade que roubou o fogo dos deuses gregos e entregou à humanidade fazendo mau uso deste, e por isso foi castigado por Zeus.