PF investiga deputado Gustavo Gayer por desvio de cota parlamentar
Parlamentar é suspeito de integrar associação criminosa que direcionava dinheiro público para Oscip criada com ata falsificada
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (25) a Operação Discalculia, que cumpre mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), investigado por suspeita de integrar associação criminosa voltada para desvio de recursos públicos da cota parlamentar, por meio de falsificação de documentos para criação de Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). O parlamentar tratou a operação como perseguição política.
Policiais federais apreenderam mais de R$ 70 mil na casa de um assessor parlamentar. E também houve apreensão do celular e de mídias de Gustavo Gayer.
O deputado confirmou ter sido acordado por agentes federais “esmurrando” a porta de sua residência. Acusou integrantes da PF de terem se tornado “jagunços de um ditador”. E ressaltou que a operação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a dois dias do 2º turno da disputa entre seu candidato a prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues (PL) contra Sandro Mabel (União).
O deputado reclamou do fato de o inquérito ser sigiloso e aberto em 24 de setembro. Apontando que a operação “claramente” tenta prejudicar seu candidato na capital de Goiás.
“Esse é o Brasil que a gente vive. É surreal o que está acontecendo. Não consigo saber porque sofri busca e apreensão. Assessores meus sofrendo busca e apreensão. E onde isso vai parar? Essa democracia relativa está custando caro para nosso país, viu? Falei para a Polícia Federal que estava aqui que eu não estou acreditando que essa corporação que a gente tanto admirou, tanto tentou proteger, hoje viraram jagunços de um ditador”, reagiu Gayer, em vídeo divulgado nas suas redes sociais.
A PF informou que objetivo final do esquema seria a destinação de verbas parlamentares em favor da OSCIP aberta por meio de falsificação na Ata de Assembleia da constituição da OSCIP, consistente em data retroativa (ano de 2003). O que levaria o quadro de integrantes da organização a ser formado por crianças de 1 a 9 anos, caso a data fosse verdadeira.
Cerca de 60 policiais federais cumprem 19 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília (DF), em Goiânia e nas cidades goianas de Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás e Aparecida de Goiânia.
Os delitos investigados são: associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio.
Veja o vídeo do deputado sobre a operação:
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