PF caça oito suspeitos de faturar R$ 55 bi em crimes com criptoativos
Receita Federal identificou três grupos criminosos lavando dinheiro e enviando ao exterior, e Justiça Federal bloqueou R$ 9 bilhões
A Receita Federal identificou três grupos criminosos suspeitos de lavar dinheiro e enviar divisas para o exterior, por meio do mercado de criptoativos. E uniu forças com a Polícia Federal para deflagrar, nesta terça (10), a Operação Niflheim, para prender oito investigados pelo esquema que resultou no bloqueio judicial de mais de R$ 9 bilhões em valores em contas bancárias e criptomoedas dos alvos, além do arresto de veículos e imóveis, do patrimônio que teria sido obtido com os crimes. Desde o começo da investigação, em 2021, os suspeitos movimentaram mais de R$ 55 bilhões.
O envio de divisas para o exterior tinha como principais destinos os Estados Unidos, Hong Kong, Emirados Árabes e China. E os oito mandados de prisão e 19 de busca e apreensão estão sendo cumpridos por 130 policiais federais e 20 servidores da Receita, em Caxias do Sul (RS), São Paulo (SP), Fortaleza (CE) e Brasília (DF).
Entre os alvos de mandados de prisão, cinco são de Caxias do Sul e três de São Paulo, investigados desde setembro de 2021, quando foram identificados na atuação dos grupos criminosos em diversas camadas de operações financeiras. Entre os mandados de busca e apreensão, dez são cumpridos na cidade gaúcha, quatro em cada uma das capitais paulista e cearense, e um na capital federal.
Drogas e contrabando
A PF narra que a origem ilícita do recurso era principalmente de “clientes” do tráfico de drogas e do contrabando. E relata que os grupos investigados usavam empresas de fachada e outros mecanismos para dificultar o rastreamento do dinheiro pelas autoridades.
“Ao receber os valores, os grupos se encarregariam do envio dos recursos para o exterior por meio de criptoativos. Os três grupos alvo da Operação Niflheim atuam de forma organizada e mantêm relações entre si. Ao final da investigação, conforme as informações coletadas, poderão ser considerados como uma única organização criminosa. Os líderes dos grupos atuam a partir da cidade de Caxias do Sul/RS e de Orlando (EUA)”, afirma a Polícia Federal.
A Operação investiga crimes de lavagem ou ocultação de bens, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, associação criminosa, organização criminosa e crimes contra a ordem tributária.