Iscariotes no Piauí

PF amplia cerco a promotor suspeito de cobrar R$ 3 milhões em propina

Nova fase de operação apoiada pelo MP do Piauí faz buscas em Teresina e em Picos

acessibilidade:
Operação Iscariotes investiga promotor Maurício Verdejo acusado de pedir propina de R$ 3 milhões (Fotos: Reprodução e PF)

Com apoio da cúpula do Ministério Público do Piauí (MPPI), a Polícia Federal deflagrou, nesta quinta (15), uma nova fase da Operação Iscariotes em busca de provas contra o promotor de Justiça Maurício Verdejo Gonçalves Júnior, afastado pela suspeita de cobrar R$ 3 milhões em propina para encerrar uma investigação contra um empresário.

Além de novas medidas judiciais, o Tribunal de Justiça do Piauí determinou o bloqueio de bens e valores, o afastamento do cargo público e o monitoramento eletrônico dos investigados pelos crimes de concussão, supostamente praticado pelo promotor e seu assessor. E cinco mandados de busca e apreensão são cumpridos em endereços ligados aos alvos da operação, sendo quatro na capital Teresina e um na cidade de Picos.

“Comprovados os fatos sob investigação, o agente público poderá responder pelo crime de concussão, que consiste na prática de exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida”, disse a PF, sem citar o nome dos investigados.

Apoio do MP do Piauí

A Procuradoria-Geral de Justiça do Piauí demonstrou apoio à investigação, desde a deflagração da Operação Iscariotes, na semana passada, quando reafirmou seu papel de instituição que representa os interesses sociais, a integridade na administração pública e o combate ao crime e à corrupção. E assegurou valores de trabalhar de forma imparcial pela promoção da Justiça.

“O próprio Ministério Público remeteu representação ao Tribunal de Justiça, que expediu o mandado de busca e apreensão, devidamente cumprido. O MPPI prosseguirá cumprindo seus deveres e atribuições. Independentemente do investigado, o compromisso da instituição é com a Justiça”, disse nota do MPPI, sem citar o nome do promotor, alegando que o processo está em segredo de justiça.

O Diário do Poder não conseguiu contato com o promotor ou sua defesa. E mantém aberto o espaço para exposição da defesa de Maurício Verdejo Gonçalves Júnior e de seu assessor.

De acordo com a atual legislação eleitoral brasileira (resolução TSE 23.610/2019), sites de notícias podem ser penalizados pelos comentários em suas publicações. Por esse motivo, decidimos suprimir a seção de comentários até o fim do período eleitoral.