Preso no caso Marielle

Pedido de cassação de Chiquinho Brazão chega ao Conselho de Ética

Psol pressiona e reclama de "lentidão", enquanto presidente do colegiado garante celeridade, para abril

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Deputado Chiquinho Brazão está preso, acusado de mandar matar Marielle Franco e Anderson Gomes (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

A Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados enviou, nesta quarta-feira (27), ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o pedido de cassação do mandato do deputado Chiquinho Brazão (RJ), preso pela acusação de ter mandado matar a vereadora carioca Marielle Franco, assassinada há seis anos com seu motorista Anderson Gomes.

Pressionado pelo PSOL, que apresentou o pedido na segunda-feira (25), o presidente do colegiado, Leur Lomanto Júnior (União-BA), garantiu celeridade ao processo. E antecipou que o caso deve ter seu relator sorteado na próxima reunião do conselho, no início de abril.

A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) lamentou que não estaria havendo a mesma celeridade para o caso de Chiquinho Brazão, ao comparar o pedido de cassação a outras representações passadas, enviadas em menos de 24 horas pela Mesa Diretora ao Conselho de Ética, segundo a parlamentar.

E citou como exemplo representação do PL contra seis deputadas acusadas de quebrar o decoro parlamentar, durante a aprovação do projeto do marco temporal de terras indígenas, em maio do ano passado.

Bomfim alertou para a lentidão da Câmara diante da gravidade do crime político do qual Brazão é acusado. E lembrou que o relator somente deve ser definido na segunda semana de abril, porque não deve haver sessões no Plenário da Câmara, na semana posterior à Páscoa.

A deputada partidária de Marielle lembrou que a lentidão reproduz o adiamento da análise da prisão de Brazão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também postergada ontem para abril por pedidos de vista de deputados.

Conselho congestionado

O deputado Abilio Brunini (PL-MT) justificou que a lentidão teria como causa o excesso de processos no Consslho de Ética da Câmara. E provocou Sâmia, citando representação dele mesmo contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), marido da parlamentar, dizendo que este processo também não foi encaminhada pela Mesa ao colegiado.

Brunini acusa Glauber de tê-lo agredido durante audiência na Comissão de Legislação Participativa sobre a guerra entre Israel e a Palestina. E o parlamentar do PL também foi acusado pelo PT de ofender palestrantes, na mesma audiência. E o parecer do deputado Alexandre Leite (União-SP), desfavorável a Brunini, consta na pauta de hoje do Conselho de Ética. (Com Agência Câmara)

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