'Produtos do crime organizado'

Paes cita R$ 390 milhões em roubos, ao decretar proibição à Feira de Acari

Prefeito do Rio disse que decisão de acabar feira que existe há meio século visa combater crime organizado e roubo de cargas

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Prefeito Eduardo Paes afirma que produtos da Feira de Acari têm origem criminosa (Foto: Reprodução Twitter @eduardopaes)

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), decretou a proibição do funcionamento da Feira de Acari, com o objetivo de combater o crime organizado, que utiliza o espaço existente desde a década de 1970 para comercializar mercadorias obtidas pelo roubo de cargas. Ao justificar a medida no decreto publicado nesta terça-feira (23), Paes cita que, em 2022, o Estado do Rio de Janeiro sofreu prejuízo de quase R$ 390 milhões com roubos de cargas, de acordo com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN).

Após divulgar que a decisão foi tomada após conversa com o governador Cláudio Castro (PL), o prefeito argumentou ainda que, no ano de 2023, 30% dos roubos de carga no Brasil se concentraram no Estado do Rio de Janeiro, com 3.225 crimes, segundo o Instituto de Segurança Pública.

Veja outros argumentos da extensa lista de considerações do prefeito, que incluem ligação da Feira de Acari com organizações criminosas envolvidas com o tráfico de drogas, roubo de carga, furto de energia e contrabando:

– Necessidade de ordenamento e desobstrução do espaço público;

– Combate a eventos irregulares e sem autorização do Município do Rio de Janeiro;

– Combater a comercialização de produtos sem procedência;

– Combate ao crime organizado no que se refere ao roubo de cargas e comercialização de produtos roubados;

– A Feira de Acari não é autorizada pela Prefeitura e que os relatórios de inteligência da Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) registraram a sua ligação com organizações criminosas envolvidas com o tráfico de drogas, roubo de carga, furto de energia e contrabando;

– Foi constatada, em toda a extensão da Feira de Acari, a venda de eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos, animais silvestres, alimentos não perecíveis, medicamentos, calçados, venenos para ratos, bem como roupas de lojas de departamento pela metade do preço que consta na etiqueta;

– Há no local estacionamento irregular que impede a fluidez do trânsito na Av. Pastor Martin Luther King Jr., ocupando uma faixa da via, dificultando a passagem dos pedestres, além de quiosques irregulares, barracas de churrasco operando sem o devido regulamento sanitário, banheiros químicos, food trucks e mesas espalhadas, dificultando a passagem de pedestres.

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