Dinheiro de facção

Operação combate ‘caixinha’ de R$ 21 milhões do Comando Vermelho no RJ

Gaeco e Polícia Civil foram às ruas prender 14 integrantes da facção criminosa Comando Vermelho

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Foto: Pixabay

O Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil foram às ruas prender 14 integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, envolvidos em um esquema financeiro conhecido como “Caixinha do CV”, que movimentou mais de R$ 21,5  milhões do tráfico de drogas. Os principais alvos são familiares e operadores do fundo financeiro da facção criminosa, no Rio de Janeiro, na Bahia e na Paraíba.

Os alvos foram denunciados à Justiça por crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro da facção do tráfico de drogas, por meio da ocultação de valores ilícitos em mais de 4.888 operações financeiras. Segundo as investigação, o esquema milionário sustenta atividades criminosas do Comando Vermelho, com taxas cobradas mensalmente de líderes de “bocas de fumo” nas comunidades dominadas pela facção, em troca, do acesso à “marca” do CV, fornecedores de drogas, suporte logístico e apoio bélico.

O cerco ao esquema integra a Operação Torniquete, apoiada pela Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Segurança. E teve mandados expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada sendo cumpridos em Bangu, Jacarepaguá, Engenho da Rainha, Nova Iguaçu, Ramos, Copacabana, Cordovil, Santo Cristo e no Instituto Penal Vicente Piragibe. Além de outros nos estados da Bahia e da Paraíba.

A denúncia do GAECO do MPRJ ainda relata que os valores arrecadados são centralizados e utilizados para financiar ações como compra de drogas e armamentos, expansão territorial, pagamento de propinas, assistência a membros presos e crimes conexos, como extorsões, roubos de cargas e veículos, além da exploração monopolizada de serviços de internet.

Prisão indicou esquema

A prisão em flagrante de Elton da Conceição, o “PQD da CDD”, na Cidade de Deus, em 21 de maio de Jacarepaguá, revelou o esquema estruturado de lavagem de dinheiro na facção. A ação apreendeu armas, munições e comprovantes de depósitos bancários, que possibilitaram rastrear movimentações financeiras ilícitas usadas para bancar crimes da facção.

A primeira fase da operação, deflagrada em 2020, resultou no indiciamento de 84 pessoas e na apreensão de documentos que detalhavam a “Caixinha do CV” e garantiram as quebras de sigilo fiscal e bancário dos investigados e o acesso detalhado às movimentações financeiras suspeitas.

“Essas análises foram realizadas pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), vinculado ao Departamento-Geral de Combate ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCCOR-LD). O uso de tecnologia avançada no cruzamento de dados foi essencial para identificar a rede de pessoas interpostas e as contas utilizadas no esquema criminoso”, destacou o MPRJ.

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