'Tudo o que oferece'

Moro critica uso político do 8/1 por Lula e cobra penas menores

Senador que já condenou presidente por corrupção critica os dois anos de governo do petista e reprova nível de punições por ataques aos Poderes

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Senador Sérgio Moro atribui a Lula enfraquecimento de combate à corrupção no Brasil (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

O senador Sergio Moro (União-PR) criticou o uso político-partidário do ato promovido pelo presidente Lula (PT) para lembrar os dois anos dos ataques de 8 de Janeiro de 2023 aos Poderes da República. O ex-juiz federal que já condenou presidente por corrupção também reprovou o que o petista oferece aos brasileiros, diante dos problemas resultantes dos dois anos de seu governo.

“O uso político-partidário do 8/1 é tudo o que o Governo Lula tem a oferecer após dois anos. Não vai compensar o câmbio estourado, os juros elevados, a inflação crescente, a deterioração do estado de direito e o enfraquecimento da reputação internacional do país”, condenou Moro, nas suas redes sociais.

O ex-juiz da Operação Lava Jato ainda reprovou nível de punições dos responsáveis pelos por ataques que destruíram as sedes dos Três Poderes da República, há dois anos, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveram as invasões e depredações, pedindo a interrupção o governo de Lula e volta ao poder do antecessor derrotado nas urnas em 2022.

“Dizendo o óbvio: ninguém concorda com as invasões e depredações, mas as penas impostas aos manifestantes, de até 17 anos de prisão, são excessivas e injustas. A redução dessas penas é imperativa”, defendeu o senador.

Em balanço divulgado ontem (7), o Supremo Tribunal Federal disse já ter responsabilizado 898 envolvidos nos ataques golpistas do 8 de Janeiro, ao longo de dois anos. Sendo condenadas 371 pessoas, dentre as mais de duas mil investigadas por participar dos atentados aos prédios dos Três Poderes. E outras 527 pessoas firmando acordo com o Ministério Público Federal (MPF), admitindo a prática de crimes menos graves.

“As penas para esses réus variam de três anos a 17 anos e seis meses de prisão. Os crimes pelos quais foram condenados são cinco: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público”, informou o STF.

‘Sem moral’

Sua esposa, a deputada federal Rosangela Moro (União-SP), complementou a crítica do senador, afirmando que o evento dos dois anos do 8 de Janeiro (8/1) foi convertido e ato político de Lula porque o presidente “não tem nada, nenhum projeto para o país e para os brasileiros”. E apontou a falta de moral de Lula para defender a democracia, por “aplaudir” o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

“Ele sequer tem atributos morais essenciais para se posicionar como defensor da democracia, porque aplaude Maduro. Faz um governo que deixa a economia desabar, os juros elevarem e a inflação atormentar os brasileiros”, publicou a deputada por São Paulo, nas suas redes sociais.

Condenação e descondenação

O senador Moro foi responsável pela prisão de Lula, em 2018, após condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do Triplex do Guarujá. Sua sentença chegou a ser foi confirmada por diversas instâncias da Justiça do Brasil.

Mas todas as condenações do petista foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2021, sob o argumento de que o senador, quando juiz federal, participou de conluio para condenar Lula, em associação com a Força Tarefa da Lava Jato, coordenada em Curitiba pelo ex-integrante do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol. Ambos negam ilegalidades nas denúncias e condenações de Lula.

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